Especialista em LGPD alerta: Esperar um incidente para proteger dados é reflexo de uma cultura reativa no Brasil

São Paulo sediou, no dia 28 de janeiro de 2025, o GPO Day 2025, evento que se destaca como o maior encontro da América Latina dedicado à proteção de dados pessoais, cibersegurança e inovações tecnológicas. Com a presença de mais de mil participantes, o evento atraiu profissionais de diversas esferas, incluindo empresas, órgãos governamentais e autônomos, todos comprometidos com as melhores práticas relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Manuela Cotulio, uma especialista em proteção de dados, esteve no evento pela terceira vez e enfatizou a importância da discussão sobre temas que frequentemente são negligenciados nas mesas de negócios. Segundo ela, embora o Brasil tenha feito progressos significativos na regulamentação da proteção de dados, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Cotulio destaca que a LGPD, sancionada em 2018, é inspirada na GDPR, o regulamento da União Europeia, e ainda precisa ser plenamente assimilada pelas empresas. “Estamos em constante desenvolvimento e aprendizado”, afirmou.

Um dos pontos centrais abordados durante o evento foi a necessidade de as organizações reavalizarem sua perspectiva sobre a proteção de dados. Cotulio apontou que a cultura brasileira tende a ser reativa, perguntando retoricamente se as empresas preferem esperar que um incidente ocorra para tomar medidas corretivas. Ela enfatizou que é essencial adotar uma postura proativa em relação à proteção de dados, entendendo que isso não é apenas uma obrigação legal, mas também uma questão crucial para a reputação e a sustentabilidade dos negócios.

Além desse aspecto, o GPO Day 2025 explorou tópicos como a adequação à LGPD, a importância da reputação corporativa e os desafios regulatórios que o Brasil enfrenta no cenário global. Ao longo do evento, especialistas alertaram para a necessidade de as empresas compreenderem que a conformidade com a legislação não visa somente evitar penalidades, mas também fortalecer a imagem corporativa e facilitar a realização de negócios.

A Lei Geral de Proteção de Dados estabelece diretrizes sobre como as organizações devem coletar, armazenar, processar e compartilhar informações pessoais, o que se torna ainda mais relevante em um ambiente onde ciberataques e vazamentos de dados são uma preocupação constante. A discussão sobre a cultura de segurança de dados e os seus impactos no desenvolvimento de negócios se apresentou como uma prioridade entre os participantes, simbolizando o crescente reconhecimento da importância da proteção de dados no Brasil.

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