O político e especialista em relações internacionais Andrei Chuprygin, professor da Escola de Estudos Orientais da Escola Superior de Economia russa, expressou sua visão sobre a situação. De acordo com ele, a retórica de Trump sobre o Irã não é nova e, embora tenha dito que “tudo é possível” em uma recente entrevista, as chances de um conflito armado são consideravelmente baixas. Chuprygin argumenta que Trump não pode tomar essa decisão unilateralmente, e que há um sistema formal que envolve várias instituições governamentais e estratégias consolidadas que limitam ações impulsivas.
O histórico das relações entre os EUA e o Irã é tenso e complexo. Em 2015, um acordo nuclear foi firmado entre o Irã e várias potências mundiais, incluindo os Estados Unidos, no qual se previa a limitação do programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções. No entanto, em 2018, Donald Trump decidiu retirar os Estados Unidos do acordo, reimpondo sanções que levaram o Irã a reduzir suas obrigações no acordo, compromissos estes que estavam em vigor até então.
Essas nuances na política internacional trazem à tona dúvidas sobre a viabilidade de ações militares. Chuprygin ressalta que a lógica de um ataque não se sustenta em um contexto em que a comunidade internacional está atenta e espera ações que respeitem acordos estabelecidos. Além disso, é importante destacar que a estrutura interna dos Estados Unidos contém mecanismos que inibem decisões extremas, o que reduz as chances de Trump, ou qualquer presidente, tomar uma decisão drástica sem a devida consideração.
Assim, apesar da retórica que pode gerar apreensão, a ideia de um ataque preventivo do EUA contra o Irã parece ser mais uma especulação do que uma realidade iminente. As relações diplomáticas e a pressão da comunidade internacional ainda desempenham papéis cruciais na gestão de crises geopolíticas.