O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, seguiu a orientação deixada por seu antecessor, Roberto Campos Neto, ao aumentar a taxa Selic. Essa medida, no entanto, tem gerado preocupações sobre o impacto que pode ter na economia e na população. O analista Rodrigo Rodriguez, coordenador do Observatório de Bancos Centrais da UERJ, aponta que essa decisão pode pressionar o Estado e os trabalhadores, beneficiando principalmente o setor financeiro.
Rodriguez também alerta sobre as possíveis repercussões desse aumento de juros nas eleições de 2026, destacando que a economia pode se desaquecer e o desemprego aumentar como consequência da política monetária mais conservadora adotada pelo Banco Central. Ele ressalta que a taxa de juros afeta de forma desigual a população, penalizando as camadas mais vulneráveis, que acabam arcando com mais dívidas e juros.
Além disso, o especialista destaca a importância de considerar o cenário externo, marcado por incertezas políticas e pelas mudanças climáticas, que têm impacto direto nos preços dos alimentos e no comércio internacional. Ele sugere que o governo poderia reordenar as prioridades de mercado para diminuir a sensibilidade dos preços ao mercado internacional e desenvolver políticas públicas que visem a segurança alimentar e energética do Brasil, como formas mais complexas de combater a inflação no longo prazo.
Diante desse contexto, a alta da taxa de juros no Brasil se torna um tema complexo e que envolve diversas questões sociais, econômicas e políticas. A decisão do Banco Central, embora tenha o objetivo de controlar a inflação, levanta questionamentos sobre os possíveis impactos negativos que essa medida pode ter na sociedade e na economia brasileira como um todo.