Este cancelamento não é um caso isolado. Em abril deste ano, a Espanha já havia cancelado um pedido anterior de 15 milhões de unidades de munição à mesma empresa israelense. As ações recentes do governo espanhol refletem uma postura crítica em relação às políticas de Israel, especialmente no que tange ao tratamento do povo palestino nas áreas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Nesse contexto, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, enfatizou a intenção de solicitar a suspensão do acordo de cooperação entre a União Europeia e Israel, além de incentivar parceiros a apoiar um embargo de armas ao país.
As tensões entre os dois países se intensificaram ainda mais quando o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, se referiu a Israel como um “genocida” em um discurso no Parlamento, gerando forte reação do governo israelense liderado por Benjamin Netanyahu.
A decisão da Espanha vem em um momento crítico, onde a opinião pública e o cenário político europeu estão cada vez mais atentos às questões de direitos humanos no Oriente Médio. A posição da Espanha, que já reconheceu o Estado da Palestina em 2024, destaca as disparidades nas abordagens da União Europeia em relação a Israel e à Palestina, reforçando a necessidade de um debate mais amplo acerca das políticas de armamento e das obrigações humanitárias dos países europeus.
Com este cenário em evolução, será interessante observar como outros países europeus reagem à posição da Espanha e se poderão acompanhar essa abordagem mais crítica em relação a Israel. A pressão internacional sobre as questões de direitos humanos e os conflitos armados na região continua a ser uma prioridade nas pautas políticas globais, tornando cada decisão como a da Espanha ainda mais significativa.