Eslováquia descarta envio de tropas à Ucrânia e critica posição da União Europeia, segundo declarações do primeiro-ministro Robert Fico nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, manifestou uma posição contundente ao afirmar que seu país não irá participar de missões militares na Ucrânia, além de descartar qualquer forma de assistência financeira a Kiev. A declaração veio em meio a um crescente debate sobre o papel da União Europeia e a possibilidade de envolvimento militar das nações do bloco no conflito em curso. Fico destacou que cada Estado-membro da União Europeia deve ter autonomia para decidir sobre o que considera adequado em relação ao apoio à Ucrânia.

Essa postura não é nova para Fico, que já havia demonstrado sua relutância em abril ao criticar a proposta da Comissão Europeia de mobilizar recursos de orçamentos nacionais em apoio a Kiev. Em sua visão, essa não deveria ser uma decisão imposta, mas sim uma escolha individual de cada nação. O primeiro-ministro, que voltou ao cargo em 2024 após um período fora da liderança, tem se apresentado como um defensor do não envolvimento militar direto da Eslováquia na crise.

Em um contexto mais amplo, o temor de um alastramento do conflito para um nível global é uma das principais motivações desses posicionamentos. A preocupação é compartilhada por outros líderes da região, como o ex-presidente eslovaco Peter Pellegrini, que também manifestou seu medo de que o envio de tropas da OTAN para a Ucrânia possa levar a um confronto de proporções devastadoras.

A tensão aumentou ainda mais com as declarações do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que categoricamente advertiu que qualquer presença de tropas da OTAN na Ucrânia seria considerada uma ameaça. O Kremlin acusa o Ocidente de potencialmente enviar um número significativo de tropas sob o pretexto de uma missão de manutenção da paz, o que para muitos seria uma violação das dinâmicas de segurança na região.

A Eslováquia, ao adotar essa postura, se coloca em um caminho de cautela que reflete preocupações mais amplas sobre as consequências de um envolvimento militar direto na guerra que já causou e continua a causar grandes tragédias humanas. A decisão de não participar de missões militares ou contribuir financeiramente ressoa com um apelo à soberania nacional e à busca por uma solução política para o conflito.

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