Garau explica que sua escultura é feita de “ar e espírito”, enfatizando que o vazio em si é o que confere à obra seu significado. A peça foi inicialmente leiloada em 2021 por 15 mil euros, mas ganhou notoriedade novamente após ser destacada nas redes sociais, especialmente por um perfil britânico que conta com mais de 40 milhões de seguidores, onde a postagem se tornou viral, acumulando quase um milhão de curtidas.
O artista afirma que o “nada também é arte” e, nesse espírito, o certificado de autenticidade menciona: “Escultura imaterial para ser colocada em um espaço livre de qualquer obstáculo. Dimensões variáveis, aproximadamente 200 x 200 cm.” O documento também cita a procedência da obra, relacionada a uma coleção particular em Milão, e faz uma estimativa de valor que varia entre 12 mil e 16 mil euros.
Essa abordagem provocativa à arte levanta questões profundas sobre o que realmente define uma obra artística. No ano passado, um exemplo semelhante gerou polêmica quando uma banana colada na parede com fita adesiva foi vendida por espantosos R$ 35 milhões em um leilão da Sotheby’s. O comprador, Justin Sun, que é fundador da plataforma de criptomoeda Tron, declarou que a arte transcendeu seu valor monetário, funcionando como um fenómeno cultural que conecta os universos da arte, memes e criptomoedas.
Refletindo sobre essa tendência insólita, no Brasil, a obra da banana inspirou uma brincadeira nas redes sociais, onde um usuário replicou a ideia com uma banana, utilizando a música “Otário” do Exporta Samba como trilha sonora, satirizando a relação valiosa que a arte parece estabelecer com o absurdo.
Essa nova onda de arte imaterial e provocativa não apenas desafia as fronteiras do que consideramos arte, mas também força o público a confrontar suas próprias percepções sobre significado, valor e o papel do artista na sociedade moderna.