A escultura foi encontrada durante uma expedição realizada em conjunto por arqueólogos da Universidade Estatal de Altai e a Universidade Nacional Quirguiz Jusup Balasagyn, no complexo arqueológico de Borombai, próximo à aldeia de Kyzyl-Oktyabr. O líder da equipe, professor Aleksei Tishkin, destacou que a figura foi esculpida a partir de um grande bloco de pedra, transportado de outro local, o que sugere uma considerável destreza técnica e planejamento por parte dos escultores da época.
A figura feminina apresenta um tocado característico de três pontas e segura uma taça, um símbolo que denota rituais e a veneração a ancestrais, uma prática comum nas culturas nômades da região. Segundo Tishkin, essa obra fornece um novo entendimento sobre o papel e a representação das mulheres nas crenças e práticas espirituais das antigas sociedades turcas, ampliando o panorama sobre a arte monumental desse período.
Além da escultura, a equipe de arqueólogos também descobriu duas sepulturas antigas. Uma delas era uma catacumba contendo fragmentos cerâmicos, enquanto a outra, interpretada como um cenotáfio, não apresentava restos humanos, mas sim elementos que remontam a um culto simbólico.
Tishkin descreveu a descoberta como uma “nova página no estudo da arte monumental turca antiga”, ressaltando que ela oferece evidências concretas das visões artísticas e espirituais que permeavam os povos nômades da Grande Altai e das estepes quirguizes. Essa escultura surge, portanto, como um testemunho de um passado riquíssimo e multifacetado, que continua a instigar o interesse e a curiosidade sobre as sociedades que habitaram essa região.
 
  
 








