Após um longo período de inatividade, as equipes de arqueologia iniciaram os trabalhos em setembro do ano passado para limpar o terreno de qualquer vestígio histórico e recuperar o máximo de informações possíveis sobre a área. Até o momento, 61 corpos foram recuperados durante as intervenções realizadas neste ano, sendo eles de adultos e crianças.
De acordo com relatos do Porto Canal, o cemitério que originou essas descobertas foi criado no ano de 1833, em decorrência de uma epidemia de cólera. O rei da época, D. Pedro IV, determinou a criação do cemitério devido ao elevado número de mortes causadas pela doença.
Os arqueólogos responsáveis pelas escavações destacaram a importância de preservar os corpos encontrados, mesmo diante do contexto de calamidade. Segundo eles, os enterros foram realizados com cuidado e respeito, variando de acordo com o estado de conservação dos restos mortais. Alguns corpos estavam danificados devido ao fato de que, há muitos anos, a área era utilizada como estacionamento.
Durante as investigações, os arqueólogos conseguiram identificar um equilíbrio entre os sexos feminino e masculino entre os corpos adultos encontrados. Além disso, novas descobertas interessantes foram feitas, incluindo a recuperação de botões de um fardamento com a inscrição “The King” e um “G”, que sugere uma possível associação a soldados ingleses.
Outro achado relevante foi a identificação de elementos que remetem a uma igreja, indicando a presença de alicerces de uma estrutura religiosa no local. Essas descobertas arqueológicas têm proporcionado insights valiosos sobre a história e o passado da região.
Em resumo, o processo de renovação da Biblioteca Pública Municipal do Porto revelou uma série de descobertas surpreendentes, evidenciando a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade. A continuação das escavações promete revelar mais detalhes sobre a história e a vida das pessoas que ali viveram em épocas passadas.