As gravações alegam que um esquema de corrupção foi instaurado para a cobrança de propinas em contratos com a Drogaria Suizo Argentina, uma das maiores empresas farmacêuticas do país, que mantém vários acordos com o governo. Especificamente, Spagnuolo menciona a transação de 3% sobre o valor dos contratos, o que poderia gerar entre 500 mil dólares a 800 mil dólares mensais para o esquema. A Polícia argentina, na última sexta-feira (22), apreendeu documentos e dispositivos móveis de funcionários ligados ao caso, mas até agora, o governo não se manifestou oficialmente sobre o conteúdo dos áudios.
Enquanto a polêmica avança, a atmosfera política fica ainda mais tensa, visto que o escândalo surge a apenas duas semanas das eleições legislativas na província de Buenos Aires e dois meses das eleições nacionais, que vão renovar substancialmente a Câmara e o Senado. O clima de crise se agrava também com o aumento das taxas de juros e uma desaceleração econômica estimada pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos, que aponta uma queda de 0,7% em julho.
Nesse cenário conturbado, a ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar por corrupção, aproveitou a oportunidade para criticar Javier Milei nas redes sociais, insinuando que as alegações contra sua administração são mais severas do que muitos imaginam. Kirchner, condenada em um caso vinculado a obras públicas, disparou contra Milei, enfatizando que as acusações contra sua irmã são extremamente graves.
A soma de todos esses fatores criou um clima de incerteza não apenas para o governo Milei, mas para o futuro político da Argentina como um todo, enquanto os cidadãos observam atentamente os desenrolares do caso.