Amorim destacou que os impactos da crise no Irã podem reverberar no conflito ucraniano, sugerindo que o mundo, atualmente, enfrenta duas guerras graves simultâneas, cujo cruzamento poderia resultar em uma catástrofe de proporções globais. Ele comentou sobre a guerra tarifária existente, afirmando que, somada a esses conflitos, a comunidade internacional poderia estar à beira de um colapso.
Um dos pontos mais alarmantes levantados por Amorim é a justificativa de “ataque preventivo” utilizada pelo governo dos EUA para justificar as ações contra o Irã. Ele alertou que essa mentalidade pode motivar outros países a adotarem uma postura semelhante, buscando agir preventivamente para proteger seus interesses, o que pode tornar o cenário ainda mais volátil. Amorim ressaltou que essa tendência representa um grande risco à credibilidade da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual o Brasil é signatário.
Ele alertou que, caso o Brasil estivesse se considerando entrar nesse pacto atualmente, seria muito mais complexo devido ao clima de desconfiança gerado pelas recentes ações dos EUA. Amorim observou também que a postura de Washington poderia ter efeitos inversos aos desejados, levando países a desenvolverem suas próprias armas nucleares como uma forma de retaliação.
Por fim, o Ministério da Saúde do Irã informou que nenhum dos feridos devido ao ataque dos EUA foi exposto à radiação, mas os números de vítimas continuam a crescer, com pelo menos 400 mortos e 3.000 feridos desde o início das hostilidades. A situação é crítica e demanda atenção internacional, à medida que os desdobramentos continuam a se desenrolar.