Um levantamento realizado pelo jornal O Globo, com base no Registro Digital de Voto das urnas fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelou que se mais da metade desses votos com o número petista tivessem sido registrados na intenção de escolher Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo atual presidente, o cenário poderia ter sido diferente. Boulos recebeu 1.776.127 votos, enquanto Ricardo Nunes (MDB) ficou em primeiro lugar com 1.801.139 votos, uma diferença de 25.012 pontos.
Esses votos nulos com o número 13 foram superados apenas pelos dígitos “00”, registrados por aproximadamente 258 mil eleitores. O fato de Boulos ter buscado vincular sua imagem ao Partido dos Trabalhadores e ter contado com o apoio declarado do presidente Lula foi um dos pontos de destaque da campanha.
No entanto, houve momentos de confusão durante a campanha, com declarações feitas pelo ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que tentou desviar os eleitores para o número 28. Além disso, outros 18 mil eleitores votaram no número “22”, do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de Nunes ter recebido apoio do líder bolsonarista.
A distribuição dos votos nulos com o número 13 por região também chamou a atenção. Em locais como São Mateus, Jardim Helena e Cidade Tiradentes, o deputado federal saiu vitorioso, indicando que os possíveis erros de votação ocorreram em lugares onde ele contava com maior apoio. Na Cidade Dutra, a diferença de votos poderia ter mudado o resultado a favor de Boulos.
Diante desses dados, fica claro que os votos nulos com o número 13 tiveram um impacto significativo nas eleições municipais de São Paulo, deixando margem para análises e interpretações sobre como esses votos poderiam ter alterado o resultado final.