Equipe de Haddad minimiza onda de memes associando ministro à aumento de impostos, destacando medidas de justiça fiscal e desoneramento.



A intensa disseminação de memes que associam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao aumento de impostos tem sido encarada com bom humor pela equipe do petista e minimizada pela liderança do PT. Em meio à árdua tarefa de fechar o Orçamento para este ano e o próximo, o próprio ministro tem dado pouca importância às brincadeiras que ganharam destaque nos últimos dias.

Desde a aprovação do primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, houve um aumento significativo no número de posts na internet com a imagem do ministro e mensagens alusivas à taxação, como “Zé do Taxão” e “Taxad”. Na última terça-feira, uma dessas imagens foi até exibida em um telão na Times Square, em Nova York.

A inclusão das carnes na cesta básica nacional, com isenção de impostos, gerou uma discussão sobre a autoria da medida. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente a isenção, mas o projeto original do governo previa apenas uma redução da alíquota em 60%, além de cashback para os mais pobres – o que, segundo o Ministério da Fazenda, já representa uma redução significativa na carga tributária atual.

Além das questões ligadas à reforma, as críticas referentes a uma suposta postura “arrecadatória” da Fazenda têm se intensificado nos últimos meses. Uma das medidas mais recentes foi a taxação de produtos adquiridos em plataformas online estrangeiras, incluída pelo Congresso em um projeto governamental sobre o programa Mover.

Haddad tem defendido a redução dos benefícios fiscais no país, que atingiram R$ 519 bilhões no ano passado, um montante duramente criticado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro também busca promover justiça tributária, implementando medidas como a tributação de offshores e fundos exclusivos, a fim de garantir que os mais pobres sejam proporcionalmente menos taxados em relação aos mais ricos.

Diante das críticas, os auxiliares de Haddad argumentam que a agenda conduzida pelo ministro responde sozinha aos questionamentos. Medidas como o cashback para os mais pobres, isenção de Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos e a política de valorização do salário mínimo são apontadas como exemplos que contradizem a imagem de “taxador” atribuída a Haddad.

É importante ressaltar que o Tribunal de Contas da União verificou que não houve criação de novos impostos federais em 2023 durante a análise das contas do governo. O secretário de comunicação do PT, deputado Jilmar Tatto, enfatizou que a onda de memes não reflete a realidade da atuação do ministro, destacando os pontos positivos da reforma tributária, como a desoneração de determinados itens, a redução das alíquotas de impostos e a cobrança de impostos de alta renda para beneficiar os mais pobres.

Em meio a essas discussões, o advogado-geral da União, Jorge Messias, questionou quem realmente financia a disseminação dos memes: os mais humildes, contemplados pelas mudanças na tributação, ou os mais ricos, que agora estão sujeitos a novas taxações após anos de benefícios. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por sua vez, denunciou os “ataques mentirosos da rede bolsonarista” contra o ministro Haddad, ressaltando que a carga tributária está em queda e que a arrecadação cresce devido ao aquecimento da economia e às medidas fiscais eficazes implementadas pela Fazenda.

Diante de toda essa polêmica, fica evidente que a atuação do ministro Fernando Haddad no comando da Fazenda está gerando debates acalorados, tanto dentro quanto fora do governo. A busca por um equilíbrio fiscal e uma distribuição mais justa da carga tributária continuam sendo desafios constantes a serem enfrentados no cenário político e econômico do país.

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