Esta causa chegou ao STF após Érika Hilton não obter sucesso em suas reivindicações em instâncias anteriores do Ministério Público, tanto no âmbito estadual quanto federal. A origem do conflito remonta a 2020, quando Cêpa provocou polêmica ao declarar que “a mulher mais votada é homem”, uma frase que gerou uma série de reações após a eleição da parlamentar como vereadora em São Paulo. Hilton processou a ativista, acusando-a de transfobia, mas o caso foi arquivado em suas primeiras etapas, pois não foi considerado crime.
As organizações que estão se oferecendo para atuar no processo incluem nomes respeitados do movimento LGBT, como a Aliança Nacional LGBTI+, a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH), o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans) e a Associação Mães pela Diversidade. Vale destacar que tanto a Aliança Nacional LGBTI+ quanto o Fonatrans foram contemplados com emendas no valor de R$ 300 mil e R$ 400 mil, respectivamente, o que evidencia uma conexão entre a atuação política da parlamentar e o amparo que essas entidades buscam oferecer neste debate.
Esse pedido de intervenção no processo levanta questões importantes sobre a liberdade de expressão e os limites da crítica em relação a figuras políticas da comunidade LGBTQIA+. O desfecho da disputa no STF poderá estabelecer precedentes significativos para a proteção dos direitos e da identidade de gênero, além de definir até onde vai a responsabilidade na veiculação de discursos nas redes sociais e em debates públicos. A decisão das entidades de se manifestar como “amicus curiae” mostra um engajamento ativo nas questões que envolvem a diversidade e a inclusão, ressaltando a importância da união no enfrentamento de desafios jurídicos e sociais.