Entidades LGBTI+ pedem para apoiar deputada Erika Hilton em disputa judicial contra ativista acusada de transfobia no Supremo Tribunal Federal.

No cenário jurídico brasileiro, um novo desdobramento relevante envolve a deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), que se encontra em um embate judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a ativista Isabella Cêpa. Recentemente, entidades que foram beneficiadas por emendas da parlamentar solicitam a contribuição como “amicus curiae”, uma figura legal que permite a participação de terceiros em processos judiciais para oferecer informações que possam auxiliar o magistrado na tomada de decisões mais esclarecidas.

Esta causa chegou ao STF após Érika Hilton não obter sucesso em suas reivindicações em instâncias anteriores do Ministério Público, tanto no âmbito estadual quanto federal. A origem do conflito remonta a 2020, quando Cêpa provocou polêmica ao declarar que “a mulher mais votada é homem”, uma frase que gerou uma série de reações após a eleição da parlamentar como vereadora em São Paulo. Hilton processou a ativista, acusando-a de transfobia, mas o caso foi arquivado em suas primeiras etapas, pois não foi considerado crime.

As organizações que estão se oferecendo para atuar no processo incluem nomes respeitados do movimento LGBT, como a Aliança Nacional LGBTI+, a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH), o Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans) e a Associação Mães pela Diversidade. Vale destacar que tanto a Aliança Nacional LGBTI+ quanto o Fonatrans foram contemplados com emendas no valor de R$ 300 mil e R$ 400 mil, respectivamente, o que evidencia uma conexão entre a atuação política da parlamentar e o amparo que essas entidades buscam oferecer neste debate.

Esse pedido de intervenção no processo levanta questões importantes sobre a liberdade de expressão e os limites da crítica em relação a figuras políticas da comunidade LGBTQIA+. O desfecho da disputa no STF poderá estabelecer precedentes significativos para a proteção dos direitos e da identidade de gênero, além de definir até onde vai a responsabilidade na veiculação de discursos nas redes sociais e em debates públicos. A decisão das entidades de se manifestar como “amicus curiae” mostra um engajamento ativo nas questões que envolvem a diversidade e a inclusão, ressaltando a importância da união no enfrentamento de desafios jurídicos e sociais.

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