Entidades científicas propõem intensificar vacinação contra HPV para combater câncer, com ações focadas nas escolas e populações vulneráveis.

Sociedades científicas e entidades ligadas à área de saúde se reuniram nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, para discutir as contribuições e desafios no enfrentamento dos cânceres sensíveis à vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). O evento intitulado “Vacina e Prevenção do Câncer: Vários Olhares, Muitos Desafios” foi promovido pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e outras organizações não governamentais (ONGs).

Durante o evento, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Mônica Levi, ressaltou a importância de ações como o apoio à vacinação nas escolas e a capacitação de profissionais que atuam na imunização. Ela também indicou a necessidade de reforçar a divulgação dos benefícios da vacinação para combater a desinformação e as notícias falsas relacionadas às vacinas.

Além disso, Mônica Levi salientou a importância de sensibilizar as gerações mais jovens para a vacinação contra o HPV e propôs aprofundar a campanha “Quem Vacina Não Vacila” nas escolas, reforçando a importância das coberturas vacinais. Também foi sugerida a criação de um vídeo de animação para explicar à sociedade como o vírus HPV pode resultar em câncer anos depois, com o objetivo de conscientizar as crianças e adolescentes sobre a importância da imunização.

A presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Cecília Maria Roteli Martins, recomendou a redefinição da comunicação sobre infecções de transmissão sexual, incluindo a intensificação da vacinação para pessoas com HIV/Aids. Ela também destacou a importância da vacinação contra HPV para mulheres com lesões de alto grau no colo do útero.

A doutora Izabela Costa Santos, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), enfatizou a importância das novas abordagens no diagnóstico e tratamento do câncer de orofaringe a partir do ano 2000, ressaltando benefícios da cirurgia robótica em substituição aos procedimentos invasivos anteriores.

Em relação à cobertura vacinal, dados do Ministério da Saúde apontam que a vacinação contra o HPV no Brasil ainda não atingiu as metas esperadas, especialmente entre os meninos. A vacinação é considerada crucial para prevenir a infecção pelo HPV, sendo disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, podendo ser administrada em duas doses. Além disso, mulheres e homens de 15 a 45 anos que apresentam determinadas condições também podem se vacinar.

Durante o evento, as sociedades científicas e entidades reforçaram a importância da vacinação contra o HPV e discutiram estratégias para intensificar a imunização e prevenção dos cânceres relacionados ao vírus, visando reduzir a incidência dessas doenças.

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