Medeiros é autor do Projeto de Lei Ordinária (PLO) 396/2023, que propõe a criação da carreira de professor indígena na rede pública estadual de Alagoas. Este projeto pretende reconhecer a importância da formação específica para professores que atuam junto a comunidades indígenas. Atualmente em tramitação na Assembleia Legislativa, o parlamentar revelou que planeja apresentar um outro PLO mais abrangente, que inclua também a carreira de professor quilombola.
“Durante minha conversa com o governador Paulo Dantas, ele demonstrou uma enorme sensibilidade e compreensão sobre a importância de instituir essas carreiras na rede pública de ensino em Alagoas. A secretária de Educação, Roseane [Seduc], também se mostrou bastante receptiva ao tema”, destacou Medeiros. “Estabelecer carreiras específicas não só legitima a presença histórica e a rica influência cultural dos povos originários e tradicionais em nossa sociedade, mas também assegura a continuidade e valorização dessas culturas. É por isso que estou comprometido em apresentar um novo projeto que abarque também os professores quilombolas”, complementou.
Dados recentes do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacam a dimensão das populações indígenas e quilombolas em Alagoas. O estado possui mais de 25 mil indígenas, configurando-se como a 16ª maior população indígena do Brasil em números absolutos e a 13ª em termos proporcionais. Pariconha, no Sertão alagoano, é o município com o maior número de indígenas, contabilizando 5.934 habitantes que se autodeclararam indígenas, representando 56,12% da população local.
Em se tratando da população quilombola, Alagoas se coloca como a sexta maior do país, com um total de 37.722 quilombolas. No entanto, apenas 691 dessas pessoas vivem em territórios oficialmente reconhecidos. Nestes números, a cidade de Penedo, localizada às margens do Rio São Francisco, destaca-se por ter a maior comunidade quilombola do estado, com 5.280 habitantes, correspondendo a 9% da sua população.
Essas iniciativas visam não apenas dar visibilidade e respeito às comunidades indígenas e quilombolas, mas também garantir que o sistema educacional acolha e preserve suas tradições e conhecimentos, proporcionando uma educação mais inclusiva e representativa da diversidade cultural do estado de Alagoas.