Durante a reunião, Trump apresentou uma proposta audaciosa: a realização de um encontro trilateral, envolvendo ele, Zelensky e o presidente russo Vladimir Putin. O objetivo, segundo Trump, seria selar um novo acordo de paz sob sua liderança, algo que ele mesmo disse ter discutido previamente com Putin. Essa iniciativa gerou análises variadas entre especialistas em relações internacionais, muitos dos quais apontam que o ex-presidente busca não apenas uma solução para o conflito, mas também restaurar sua imagem como pacificador e diplomata em um momento crucial para sua carreira.
A mesma pressão que impulsionou o encontro na Casa Branca parece ter influenciado Zelensky a considerar a possibilidade de realizar eleições presidenciais na Ucrânia, um tema antes considerado impraticável dado o contexto de guerra. A nova posição do presidente ucraniano sugere um alinhamento com as expectativas dos aliados ocidentais, que pressionam por uma democracia ativa no país, mesmo em tempos de crise. Contudo, Zelensky condiciona esses pleitos à “segurança”, um termo que ainda carece de definição clara e pode incluir variáveis como a presença de tropas americanas ou condições de cessar-fogo.
Surpreendentemente, enquanto as tropas russas continuam a avançar em direção a áreas estratégicas da Ucrânia, a mudança de postura de Washington, especialmente com o retorno de Trump ao poder, pressiona Zelensky a reavaliar suas táticas. A especialista em relações internacionais Larissa Souza observa que, sob a nova administração Trump, o suporte militar e econômico dos EUA pode tornar-se incerto, o que acentua a necessidade da Ucrânia de ajustar sua estratégia defensiva.
Em meio a essas manobras diplomáticas, a presença contínua da pressão dos aliados europeus sobre Zelensky e as ambições de Trump em se posicionar como mediador refletem a complexidade atual do cenário geopolítico. Ao tentar reconstruir sua imagem e lidar com um conflito em constante evolução, tanto Trump quanto Zelensky se encontram em uma dança delicada entre estratégia, diplomacia e as pressões internas e externas que moldam o futuro da Ucrânia e suas relações com o Ocidente.