Os registros apontam que as perdas aconteceram em 66 municípios do estado, com destaque para Palmares do Sul (RS), que teve mais de duas mil colmeias destruídas. A coordenadora executiva do Programa Observatório de Abelhas do Brasil, a bióloga Betina Blochtein, explicou que muitas colmeias ficaram submersas ou foram carregadas pela água, resultando na morte das abelhas.
A preocupação não se limita apenas às colmeias perdidas, mas também às que foram parcialmente afetadas pelas enchentes e à falta de alimentos para as abelhas. Com 486 mil colmeias no estado, a situação é alarmante, pois as abelhas desempenham um papel fundamental na polinização de diversas culturas, como a maçã. A dependência das abelhas para a produção de alimentos é significativa, com um valor econômico estimado em R$ 43 bilhões em 2018.
Além da maçã, outras culturas como a soja também são impactadas pela perda de abelhas, o que pode resultar em redução na produtividade e na qualidade dos alimentos. A pesquisadora Vera Lucia Imperatriz Fonseca alerta para a necessidade de preparação para lidar com as mudanças climáticas que estão em curso e destaca a importância de políticas de restauração para mitigar os impactos no setor agrícola.
É importante ressaltar que as abelhas não sociais, que não vivem em colmeias e não foram monitoradas no levantamento, também foram afetadas pelas enchentes. Com a fragilidade dessas abelhas diante de alterações climáticas bruscas, o cenário se torna ainda mais preocupante. Portanto, a situação demanda atenção e medidas urgentes para proteger a biodiversidade e a produção de alimentos no estado do Rio Grande do Sul.