Enchentes no RS provocam perda de 16,9 mil colmeias de abelhas, impactando produção de alimentos e economia local.

O estado do Rio Grande do Sul está enfrentando uma grave situação devido às enchentes que ocorreram nos primeiros dias de maio. De acordo com um levantamento feito pela Federação Agrícola e de Meliponicultura do Rio Grande do Sul em parceria com o Observatório das Abelhas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura e Pecuária, pelo menos 16,9 mil colmeias foram perdidas, representando uma média de 50 mil a 80 mil abelhas por colmeia.

Os registros apontam que as perdas aconteceram em 66 municípios do estado, com destaque para Palmares do Sul (RS), que teve mais de duas mil colmeias destruídas. A coordenadora executiva do Programa Observatório de Abelhas do Brasil, a bióloga Betina Blochtein, explicou que muitas colmeias ficaram submersas ou foram carregadas pela água, resultando na morte das abelhas.

A preocupação não se limita apenas às colmeias perdidas, mas também às que foram parcialmente afetadas pelas enchentes e à falta de alimentos para as abelhas. Com 486 mil colmeias no estado, a situação é alarmante, pois as abelhas desempenham um papel fundamental na polinização de diversas culturas, como a maçã. A dependência das abelhas para a produção de alimentos é significativa, com um valor econômico estimado em R$ 43 bilhões em 2018.

Além da maçã, outras culturas como a soja também são impactadas pela perda de abelhas, o que pode resultar em redução na produtividade e na qualidade dos alimentos. A pesquisadora Vera Lucia Imperatriz Fonseca alerta para a necessidade de preparação para lidar com as mudanças climáticas que estão em curso e destaca a importância de políticas de restauração para mitigar os impactos no setor agrícola.

É importante ressaltar que as abelhas não sociais, que não vivem em colmeias e não foram monitoradas no levantamento, também foram afetadas pelas enchentes. Com a fragilidade dessas abelhas diante de alterações climáticas bruscas, o cenário se torna ainda mais preocupante. Portanto, a situação demanda atenção e medidas urgentes para proteger a biodiversidade e a produção de alimentos no estado do Rio Grande do Sul.

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