Enchentes históricas no Rio Grande do Sul deixam mais de 200 mil desalojados e provocam mortes na pior tragédia já vivida no Estado.

As chuvas intensas que ocorreram no início de maio no Rio Grande do Sul resultaram em enchentes históricas que afetaram 385 cidades, mais da metade dos municípios gaúchos. Bairros inteiros foram submersos e a população precisou ser evacuada de áreas de risco para abrigos públicos. Mais de 200 mil pessoas estão desalojadas, sendo 153,8 mil em abrigos públicos e 47,6 mil desalojadas. Além disso, 134 pessoas estão desaparecidas e 85 perderam a vida, tornando essa tragédia a maior já enfrentada pelo Estado. O número total de afetados ultrapassa 1 milhão, de acordo com o último balanço da Defesa Civil divulgado nesta segunda-feira, 6.

Essas enchentes superaram as ocorridas em 1941, demonstrando a gravidade da situação atual. As previsões indicam que as chuvas devem continuar por pelo menos 10 dias na capital, Porto Alegre, com o nível do Guaíba acima de 4 metros até o final de semana. O sistema antienchente da cidade está no limite, tornando o escoamento da água mais lento.

Os fortes temporais foram causados pela presença de uma massa de ar frio vinda do sul, que se estacionou sobre o Estado devido à presença de uma massa de ar seco e quente no Centro do Brasil. Isso resultou em uma instabilidade intensa e precipitação constante na região.

As áreas mais afetadas incluem o centro-oeste, o centro, a região dos vales, a região metropolitana e o Litoral Norte do Estado. Cidades como Canela, Gramado, São Francisco de Paula, Nova Petrópolis, Vale Real e Feliz precisaram evacuar os habitantes para abrigos públicos. O Rio Guaíba em Porto Alegre ultrapassou os cinco metros pela primeira vez, levando a alagamentos históricos na região.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou um Projeto de Decreto Legislativo para agilizar as ações do governo federal de assistência ao Estado gaúcho. O governador Eduardo Leite afirmou que o Rio Grande do Sul precisa de um “Plano Marshall” de reconstrução em referência à ajuda financeira dada à Europa após a Segunda Guerra Mundial. A ação conjunta dos governos Estadual e Federal, juntamente com o Legislativo, será essencial para a reconstrução e assistência às comunidades afetadas pelas enchentes históricas no Rio Grande do Sul.

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