De acordo com Eledias, os trabalhadores tentaram ajudar René a passar entre o caminhão e outros veículos estacionados na rua, antes que ele disparasse um tiro que culminaria na morte de Laudemir. Ela recordou o momento tenso: “Não houve confusão, briga ou discussão. Ele [René] permaneceu frio. Na verdade, estávamos ajudando a manobrar. Depois de pedir para que esperasse, ele ameaçou Eledias diretamente, dizendo que iria atirar se esbarrasse em seu carro.”
Os garis estavam realizando a coleta em uma via do bairro Vista Alegre, onde os veículos estavam estacionados nos dois lados da rua. A equipe havia interrompido o tráfego para realizar o serviço, e foi nesse contexto que a situação escalou para a tragédia. A motorista também relembrou que mesmo após a tentativa de diálogo, René se afastou e, em seguida, revelou que estava armado. Eledias avistou a arma e gritou para alertar seus colegas sobre o perigo.
Horas após o crime, René foi encontrado em uma academia de luxo no bairro Estoril e, de acordo com a polícia, ainda havia levado seus cães para passear após o ato violento. O empresário, que tem 47 anos, deve responder por homicídio qualificado e ameaça, tendo sido encaminhado ao sistema prisional.
No processo de investigação, René alegou que a arma utilizada no crime pertencia à sua esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira. A Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um inquérito para apurar a conduta da delegada, enquanto a sociedade se pergunta sobre a impunidade e a segurança dos trabalhadores de rua. Este caso levanta discussões sobre a violência urbana e os direitos dos profissionais em serviços essenciais.