Empresário delator do PCC é executado com tiros de fuzil em aeroporto de São Paulo. Secretário afirma que policiais envolvidos são investigados.

Na última sexta-feira (8/11), o empresário Vinícius Gritzbach, de 38 anos, foi brutalmente assassinado com tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado em Guarulhos. O crime chocou a população e levantou diversas questões sobre a segurança e a atuação policial na região.

Gritzbach havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público estadual, no qual denunciou policiais de quatro delegacias da Polícia Civil paulista por corrupção e também entregou informações sobre o esquema de lavagem de dinheiro operado por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). O acordo, celebrado em março deste ano, previa o pagamento de uma multa de R$ 15 milhões em troca de benefícios judiciais em casos relacionados a organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo informações obtidas pelo jornal, o empresário comprometeu-se a fornecer detalhes sobre as atividades ilícitas envolvendo membros do PCC, como Anselmo Santa Fausta, Cláudio Marcos de Almeida e Silvio Luiz Ferreira, além de relatar casos de corrupção de delegados e policiais de diferentes departamentos da Polícia Civil.

O desentendimento entre Gritzbach e o membro do PCC conhecido como Cara Preta, que foi assassinado, teria sido motivado por uma dívida relacionada a investimentos em bitcoins. A suspeita é de que o empresário tenha ordenado a morte do traficante, o que teria culminado em sua própria execução no aeroporto.

A investigação sobre o caso envolve quatro policiais militares que eram responsáveis pela segurança de Gritzbach no momento do ataque. Eles foram afastados e são investigados por possível envolvimento no crime. As circunstâncias do assassinato e a participação desses agentes na tragédia ainda são objeto de análise pelas autoridades competentes.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, confirmou que trechos da delação de Gritzbach foram compartilhados com a Corregedoria da Polícia Civil, que abriu um procedimento para apurar as denúncias feitas pelo empresário. O caso segue em curso e aguarda novos desdobramentos.

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