A investigação mostrou que, em dezembro de 2018, Castro já era alvo de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal chamada Operação Strike. Inicialmente, a apuração na região se concentrava em uma organização criminosa especializada em fraudes envolvendo precatórios voltados para servidores aposentados. No entanto, os investigadores descobriram indícios de outros esquemas fraudulentos ao analisarem evidências em propriedades ligadas aos suspeitos.
Durante a Operação Strike, documentos comprometem Castro, incluindo uma lista com informações de mais de mil servidores públicos. Esse material sugere que uma das entidades associadas ao caso pagou comissões a ele pela captação de novos associados, cuja mensalidade era descontada diretamente de seus benefícios previdenciários.
Testemunhos de vítimas revelam a gravidade das fraudes. Uma idosa de 80 anos relatou que acreditava ter estabelecido uma amizade com Castro, que a visitava frequentemente. A mulher contou que, após assinar documentos que ele apresentou, identificou descontos não autorizados em seu benefício. Outra vítima, cuja mãe foi enganada por Castro, constatou que a mãe teve valores descontados indevidamente após a venda de um suposto seguro de vida.
Em sua defesa, Castro negou ter qualquer vínculo com as associações investigadas, mas, em novembro de 2023, foi condenado a quase quatro anos de reclusão em regime aberto por estelionato, com o juiz argumentando que suas ações o colocam em uma posição central na organização criminosa.
A promotora de Justiça Fabiana Giusti destacou que, antes de se tornar empresário, Castro atuava como “falso corretor”, enganando vítimas e obtendo comissões sobre as mensalidades pagas. Em busca de recorrer da condenação, a defesa de Castro não se manifestou sobre sua citação na Operação Sem Desconto, enquanto o advogado do empresário afirmou que está trabalhando para contestar a decisão judicial.