Em relato à imprensa, Kyara descreveu a manhã em que os bombardeios aconteceram: “Estávamos a caminho do supermercado quando pudemos observar uma nuvem de fumaça. Ao perceber isso, o trânsito ficou caótico, com as pessoas tentando sair do local.” A incerteza e o medo têm levado muitos moradores de cidades como Teerã a buscar refúgio em pequenas vilas no interior, onde o clima é mais tranquilo.
Segundo a empresária, o cenário cotidiano na região é de relativa normalidade. Embora a internet esteja instável e a venda de combustível tenha sido limitada a 30 litros por dia, supermercados e lojas continuam abertos, garantindo o abastecimento de produtos essenciais. “As pessoas estão se precavendo e comprando mais alimentos para evitar saídas desnecessárias. No entanto, a vida segue de maneira normal por aqui”, comenta.
A situação de segurança no país é delicada, e as notícias sobre bombardeios são frequentes. O governo local tem orientado a população a evitar áreas de risco, especialmente aquelas próximas a instalações militares. Kyara menciona que, enquanto a situação é crítica, a preocupação econômica dentro da comunidade iraniana é palpável. O aumento do dólar e as sanções já afetam as classes mais vulneráveis, e isso gera apreensão entre os habitantes sobre o futuro econômico do país.
Kyara tem uma passagem de retorno ao Brasil marcada para o dia 26 deste mês, mas a incerteza sobre a reabertura do aeroporto de Teerã a impede de realizar a viagem. Ela conecta-se todos os dias com um grupo de brasileiros que também se encontra no Irã e que considera alternativas de saída pelo território da Turquia ou Azerbaijão. Apesar das opções, a empresária ainda se sente relutante em deixar o local.
Atualmente, suas interações com a Embaixada do Brasil não oferecem uma solução clara. “Ainda não há movimentações concretas ou informações sobre repatriação de brasileiros, ao contrário do que vemos em outros lugares. A situação é complexa e demanda cautela”, finaliza Kyara.