Polêmica Envolve a Rodoeste Transporte e Turismo em Ceilândia
A Rodoeste Transporte e Turismo LTDA, já sob investigação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) devido a supostas irregularidades em contratos com entidades do Poder Público, agora enfrenta novas acusações que complicam ainda mais sua imagem. Recentes investigações revelaram que a empresa pode ter utilizado um documento falso para justificar a ocupação de um terreno público na região de Ceilândia, especificamente em uma área classificada como de preservação permanente.
Conforme apurações, a Rodoeste estaria apresentando uma autorização supostamente emitida pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) para permanecer no Parque do Pequizeiro, que se localiza na Área Especial 1 do Sol Nascente. No entanto, a Codhab repudiou formalmente a validade dessa concessão. Em um ofício enviado à Câmara Legislativa do Distrito Federal, a empresa negou ter autorizado qualquer ocupação do terreno, alertando que, se realmente existe um documento que afirme o contrário, trata-se de uma fraude que deveria ser denunciada à Polícia Civil.
Além disso, o contexto se torna ainda mais complicado quando se observa a estrutura proprietária da Rodoeste. Os sócios da empresa, Pedro Henrique Veiga de Oliveira e Ana Rosa de Oliveira, estão ligados a um passado controverso. Pedro é filho de Ronaldo de Oliveira, um empresário condenado por lavagem de dinheiro. Essa conexão levanta questões sobre a governança e a ética nos negócios da empresa.
Em janeiro de 2024, a Agência de Desenvolvimento do DF, Terracap, tinha inicialmente concedido autorização para a Rodoeste ocupar a área, mas posteriormente revogou esta permissão, estabelecendo um prazo de 90 dias para a desocupação. No entanto, mesmo após o prazo estipulado, a empresa permaneceu no local, utilizando-o como garagem para sua frota de ônibus.
Uma visita ao local revelou que o espaço está cercado por muros e latões, onde antes os moradores desfrutavam de momentos de lazer. A situação tem causado revolta entre os residentes locais, que afirmam ter acionado o Ministério Público sem obter resultados.
Um morador, optando por se manter no anonimato, clamou por ação do governo. “O Parque do Pequizeiro foi criado para atender a demanda da população. Queremos que o governo tome providências e desloque a garagem de ônibus. Não temos outros espaços públicos para lazer”, reclamou.
Em resposta às indagações sobre as permissões e os atrasos na desocupação, a Terracap anunciou que está rescindindo o contrato de uso com a Rodoeste devido a descumprimentos, reforçando que a desocupação deveria ocorrer de maneira voluntária.
Até o fechamento desta reportagem, tanto a Codhab quanto a Rodoeste e a administração do Sol Nascente não haviam se manifestado sobre os questionamentos feitos. O caso segue em desenvolvimento e é alvo de vigilância, tanto por órgãos fiscalizadores quanto pela comunidade local.