Empresa açucareira em Cuba contrata presos para suprir falta de mão de obra em meio a êxodo histórico, informa diretor da companhia.



Em meio ao maior êxodo registrado em Cuba desde 1959, uma empresa açucareira do país se viu obrigada a contratar presos para cumprir seu plano de produção. Amaury Depestre, diretor da fábrica de açúcar “14 de julho”, explicou que, devido à falta de mão de obra, 113 prisioneiros foram incorporados às atividades para concluir a última safra.

Durante um debate antes de uma sessão parlamentar, Depestre ressaltou a necessidade de colocar em foco os salários do setor e a emigração que tem afetado a agricultura cubana nos últimos anos. Com a crescente migração para empregos mais bem remunerados, o setor agrícola tem enfrentado desafios para manter sua força de trabalho.

A empresa estatal AzCuba tem tentado frear a queda na produção de açúcar, mas a safra 2022-2023 atingiu apenas 4,4% do que Cuba produzia nas décadas anteriores. O presidente da AzCuba, Julio García, destacou as dificuldades enfrentadas durante a safra, com pouca disponibilidade de insumos essenciais como lubrificantes e combustíveis.

A crise econômica em Cuba tem sido agravada pela onda migratória sem precedentes e pela escassez de alimentos, medicamentos e combustível. Mais de 560.000 cubanos entraram nos Estados Unidos de maneira irregular desde janeiro de 2022, enquanto quase 100.000 obtiveram permissão de permanência temporária para voar diretamente para o país.

A emigração em massa tem impactado diretamente a disponibilidade de mão de obra na agricultura cubana, levando algumas empresas a recorrer a recursos como a contratação de presos para suprir a demanda. O governo cubano enfrenta desafios significativos para lidar com a crise e garantir a sustentabilidade do setor agrícola em meio a um cenário de instabilidade econômica e social.

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