Emmanuel Macron inicia diálogos por novo premier após impasse político na França durante Jogos Olímpicos em busca de estabilidade governamental.

Após quase dois meses de impasse político na França, o presidente Emmanuel Macron deu início aos diálogos com os diferentes blocos no Parlamento para a nomeação de um novo primeiro-ministro. O país vive um momento de incerteza com um governo interino liderado por Gabriel Attal, aliado de Macron, desde as eleições realizadas em 7 de julho.

Representantes da Nova Frente Popular (NFP), coalizão de esquerda que venceu o pleito, classificaram as conversas desta sexta como “extremamente satisfatórias”. Manuel Bompard, do partido da esquerda radical França Insubmissa (LFI), membro da coalizão vencedora, destacou que o presidente está começando a entender que perdeu a eleição e deveria agir como um árbitro, não como um selecionador.

Em relação à nomeação do novo primeiro-ministro, Macron rejeitou a indicação da funcionária pública Lucie Castets, do bloco socialista, alegando a necessidade de um governo com apoio amplo e estável para evitar um cenário de caos político. A formação de um novo governo é essencial para garantir a estabilidade do país e responder às necessidades urgentes dos franceses.

Com a Casa dividida entre três grandes blocos – esquerda, centro macronista e extrema direita – a coalizão de esquerda pressiona pela prioridade na formação do governo, sendo a única com proposta na mesa. No entanto, o partido de ultradireita Reagrupamento Nacional (RN) e parte da direita tradicional ameaçam abrir uma moção de desconfiança contra um eventual governo de esquerda.

As disputas em torno do Orçamento para o próximo ano elevaram a pressão para a nomeação do novo premier. Macron busca promover o diálogo entre as forças republicanas para formar uma maioria estável, considerando as lições aprendidas nas eleições, onde a maioria cessante foi derrotada e nenhuma coalizão está em posição de reivindicar uma maioria absoluta, algo inédito na história da Quinta República.

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