Embaixador brasileiro em Israel é levado ao Museu do Holocausto em meio a crise diplomática com o governo de Lula.



O embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, está no cargo há pouco menos de um ano e foi indicado pelo presidente Lula da Silva cinco meses antes do início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Com mais de 40 anos de carreira diplomática, Meyer já representou o Brasil em sete países antes de assumir o posto em Israel. No entanto, nesta segunda-feira, o embaixador brasileiro sofreu constrangimento ao ser levado ao Museu do Holocausto por um representante do governo israelense.

O episódio marca mais um capítulo da crise diplomática vivida entre Brasil e Israel, após a fala polêmica de Lula sobre o genocídio judeu durante a Segunda Guerra Mundial. Meyer ingressou na carreira diplomática em 1978 e já serviu em embaixadas de países como Iraque, União Soviética, Guiana e Cuba. Ele também foi embaixador no Cazaquistão e no Marrocos.

Dentro do governo brasileiro, o embaixador atuou em diversos cargos, como assessor de gabinete de ministro, assistente do Departamento de Organismos Internacionais e porta-voz do Itamaraty. Em 2023, Meyer passou por sabatina no Senado Federal para assumir o posto em Israel e foi aprovado por ampla maioria.

No documento em que pleiteia a vaga, Meyer defendeu como uma das metas principais de sua gestão a manutenção de contato permanente com o Escritório de Representação do Brasil em Ramallah e com autoridades israelenses para atender às demandas consulares de brasileiros que moram na Palestina e “necessitam ingressar em espaço sob jurisdição israelense”.

Outra meta prevista envolve o apoio a plataformas para a “promoção de contatos entre israelense e palestinos” para promover ações que levem à paz. Já entre os indicadores para medir a eficácia de seu trabalho enquanto embaixador, estaria a participação de eventos que promovam contato entre israelenses e palestinos. Ao tomar posse no cargo, Meyer foi recebido pelo presidente de Israel, Isaac Herzog, que se referiu ao Brasil como um “país adorado entre os israelenses”.

Porém, diante da crise diplomática entre Brasil e Israel, o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, levou Meyer ao Museu do Holocausto do país nesta segunda-feira, horas após a polêmica fala de Lula. O movimento foi visto com irritação por auxiliares do presidente brasileiro. Katz justificou sua ação afirmando que o museu representa um testemunho do que os nazistas fizeram aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Ele também criticou a comparação feita por Lula entre a atuação de Israel na Faixa de Gaza e as atrocidades de Hitler, chamando-as de uma “vergonha”.

Este episódio representa mais um capítulo na crise diplomática entre Brasil e Israel, levantando questões sobre as relações entre os dois países e o papel do embaixador brasileiro em meio a essa tensão.

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