Ao ser questionado sobre essa possibilidade, Delgatti não hesitou em aceitar a acareação com Bolsonaro. Ele destacou que estaria disposto a se confrontar com qualquer pessoa para ajudar a comprovar as informações que trouxe à tona. O hacker afirmou que está à disposição para esclarecer os fatos.
A acareação, um procedimento previsto nos códigos de Processo Civil e de Processo Penal, consiste em colocar duas pessoas com versões contraditórias frente a frente, com o objetivo final de chegar à verdade. Neste caso em específico, a acareação seria entre Delgatti e Bolsonaro, a fim de esclarecer as acusações feitas pelo hacker.
Delgatti acusou Bolsonaro de oferecer a ele um indulto presidencial em troca da invasão da urna eletrônica e de assumir a responsabilidade por um suposto grampo instalado para monitorar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Vale ressaltar que o indulto é o perdão da pena, efetivado mediante decreto presidencial.
Além disso, Delgatti afirmou ter invadido os sistemas do Judiciário brasileiro a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que nega todas as acusações. O hacker também alegou ter orientado os militares das Forças Armadas na elaboração do relatório sobre as urnas eletrônicas, apresentado em 2022, a pedido de Bolsonaro.
Uma outra acusação grave feita por Delgatti é de que Bolsonaro e seu marqueteiro na campanha de 2022, Duda Lima, solicitaram que o hacker se tornasse garoto-propaganda em um vídeo contendo informações falsas contra a urna eletrônica.
A relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), informou que existe a possibilidade de solicitar a acareação de Delgatti com Bolsonaro, com o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, a deputada Zambelli ou qualquer outra pessoa mencionada pelo hacker. Contudo, para que essas acareações sejam aprovadas, é necessário convocar um requerimento em uma reunião deliberativa da comissão.
A participação de Delgatti em uma acareação com Bolsonaro se mostra fundamental para esclarecer as acusações e buscar a verdade dos fatos. A CPMI continua empenhada em seu trabalho de investigação e deverá analisar a viabilidade de convocar a acareação entre as partes envolvidas.