Elmar Nascimento tenta aproximação com PT baiano em meio a resistências internas e antigas críticas a Lula e Jaques Wagner

Nos bastidores da política baiana, a movimentação do deputado federal Elmar Nascimento (União-BA) em direção ao governador petista da Bahia, Jerônimo Rodrigues, tem gerado tensão e reavivado antigas rivalidades dentro do PT local. A tentativa de aproximação de Elmar visa angariar os 68 votos dos petistas na sucessão de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados. Todavia, essa estratégia não é vista com bons olhos por uma ala significativa do Partido dos Trabalhadores no estado.

Elmar Nascimento tem um histórico de desavenças com figuras proeminentes do PT baiano, o que complica suas investidas de raprochement. Durante as eleições passadas, o deputado frequentemente se referia ao ex-presidente Lula de forma pejorativa, utilizando termos depreciativos como “ex-presidiário” e “condenado”, uma lembrança que ainda está fresca na mente dos petistas. Além disso, Elmar também criticou o senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-governador da Bahia, por supostas atitudes antiéticas e por ter sido alvo de operações da Polícia Federal.

Essas animosidades refletem na atual conjuntura política. Foi justamente a atuação incisiva do PT baiano que inviabilizou a participação de Elmar no primeiro escalão do governo Lula, negando-lhe a possibilidade de assumir um ministério no início da administração. Apesar disso, há sinais de que algumas lideranças petistas estão reconsiderando suas posições, o que pode abrir uma brecha para Elmar. Um exemplo é o ministro da Casa Civil, Rui Costa, cuja relação com Jaques Wagner estaria num momento de frieza, o que facilita a aproximação com Elmar.

Enquanto isso, outras forças políticas locais manifestam inquietação diante desses movimentos. O vice-presidente do PL, deputado Vinícius Gurgel, está no centro de outra polêmica, desta vez em Macapá (AP). Candidatos a vereadores do PL na capital amapaense acusam Gurgel de desfazer uma coligação com o MDB para favorecer uma aliança com o Republicanos, partido de sua cunhada, Aline Gurgel. Essa manobra, segundo eles, contrariaria a preferência dos correligionários pelo atual prefeito, Dr. Furlan (MDB), que lidera as pesquisas de intenção de voto.

A repercussão negativa atinge também a escolha de coligações partidárias em outras localidades, evidenciando um padrão de interferências supostamente motivadas por interesses pessoais. Essa postura tem sido alvo de críticas dentro do próprio PL, gerando descontentamento entre os aliados que prefeririam uma estratégia mais coesa e menos sujeita a influências familiares.

O cenário político, portanto, permanece instável e repleto de nuances, com alianças fieis sendo debatidas e reconfiguradas à medida que diferentes lideranças políticas se posicionam de olho no poder e nos próximos pleitos. Enquanto isso, o eleitorado observa e aguarda os próximos capítulos dessa complexa novela política, onde antigas inimizades e novos entendimentos podem mudar rapidamente o tabuleiro do jogo.