Eletrobras registra prejuízo de R$ 81 milhões no 1º trimestre de 2025 devido a revisão regulatória e queda nos investimentos.

No primeiro trimestre de 2025, a Eletrobras apresentou um prejuízo de R$ 81 milhões, conforme o balanço financeiro divulgado no dia 14 de setembro. Esse resultado negativo é atribuído a uma revisão realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na base regulatória de ativos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que é uma das principais subsidiárias da holding. A empresa informou que o impacto total da revisão foi de R$ 952 milhões, afetando diretamente o resultado contábil.

Mesmo diante dessa situação desafiadora, a Eletrobras conseguiu reduzir suas despesas com pessoal, material, serviços e outros (PMSO) em 28% em relação ao último trimestre de 2024 e em 8% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esses dados indicam uma tendência de contenção de gastos que já vinha sendo percebida em trimestres anteriores, fruto de esforços direcionados à readequação do quadro de funcionários e de ajustes em processos internos e na estrutura organizacional.

Adicionando um aspecto positivo ao relatório financeiro, a dívida relacionada aos empréstimos compulsórios tem mostrado uma trajetória de queda desde a capitalização da empresa. O estoque da dívida apresentou uma diminuição de R$ 2,9 bilhões em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 13,1 bilhões, uma redução também visível em relação ao último trimestre de 2024, quando o valor era de R$ 13,5 bilhões. Essa dívida resulta de cobranças nas contas de energia dos consumidores finais, que financiaram a expansão do sistema elétrico brasileiro.

O presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, ressaltou o direcionamento estratégico da companhia para o crescimento, priorizando investimentos e a eficiência operacional. Segundo ele, o resultado da redução em PMSO e a diminuição das provisões de compulsórios são reflexos desse novo momento da empresa, que busca otimizar seus resultados sem comprometer a segurança dos ativos e a responsabilidade ambiental.

No que diz respeito aos investimentos, a Eletrobras anunciou que no primeiro trimestre do ano aplicou R$ 912 milhões, uma queda de 25% em relação ao mesmo período de 2024. Essa diminuição se deve em parte à conclusão do parque eólico de Coxilha Negra, em Santana do Livramento (RS), que passou a operar em abril e representa investimentos de mais de R$ 2,4 bilhões. Além disso, o avanço nas obras do Linhão Manaus-Boa Vista, que estão 87% concluídas e devem ser finalizadas no segundo semestre, é outro destaque no cenário de investimentos da empresa. Este projeto, que ficou paralisado por mais de uma década, permitirá a interligação de todos os estados ao sistema elétrico nacional com um investimento total de R$ 3,3 bilhões.

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