A Rotunda do Capitólio, espaço normalmente reservado para eventos de grande porte, tornou-se o novo palco da cerimônia, enquanto o desfile inaugural foi deslocado para a Capital One Arena, um complexo esportivo no coração da cidade. A mudança foi mal recebida, pois muitos eleitores, que haviam se preparado para enfrentar o frio, acabaram sendo frustrados ao chegarem ao local. “Esperamos na fila por dois dias e não entramos”, desabafou uma das apoiadoras, visivelmente desapontada ao ouvir que o local estava lotado e havia restrições para novas entradas.
Entre os que conseguiram esperar horas a fio estava uma senhora idosa que, vinda do Texas, expressou sua satisfação, mesmo ficando fora do evento. “Valeu a pena”, afirmou, destacando a importância do momento histórico, mesmo que não tenha conseguido adentrar. Outros, como um pai que acompanhava seu filho, manifestaram descontentamento quanto à logística do evento. “É decepcionante, a culpa foi deles por não terem se preparado melhor”, refletiu o homem.
Desde a posse de Ronald Reagan, em 1981, este foi o primeiro evento do tipo a ocorrer em ambientes fechados, gerando comparações com edições anteriores que atraíram multidões imensas, como a posse de Barack Obama em 2009, que contou com mais de um milhão e meio de pessoas. Ao contrário dessas ocasiões, a nova configuração limitou o acesso, resultando em uma decepção generalizada entre os apoiadores obrigados a se contentar em olhar do lado de fora.
Enquanto isso, um vendedor de camisetas de Trump, que esperou ansiosamente para ver o presidente de perto, lamentou: “Se ele ficar do lado de dentro, é triste. As pessoas queriam vê-lo”. Apesar das dificuldades, a paixão dos eleitores por Trump permaneceu evidente, com muitos expressando otimismo sobre a nova administração. Essa mistura de frustração e fervor revela o complexo vínculo entre o ex-presidente e seus apoiadores, afetados por um evento que deveria ser um marco de celebração e esperança.