Eleitores americanos rejeitam ação militar dos EUA na Venezuela, revela pesquisa; 63% se opõem e desconfiam das intenções de Washington na região.

Uma recente pesquisa revela uma oposição significativa entre os eleitores americanos a qualquer ação militar dos Estados Unidos na Venezuela. Com 63% dos entrevistados contrários a intervenções militares no país sul-americano, o estudo expõe um forte descontentamento em relação à postura belicosa de Washington. Os dados foram coletados pela Universidade Quinnipiac e indicam que apenas 25% dos participantes apoiam esse tipo de operação.

O desinteresse pela guerra é palpável, especialmente entre os eleitores do Partido Democrata, onde impressionantes 89% se dizem contrários ao uso da força militar na Venezuela. Entre os independentes, a resistência é de 68%. Os republicanos apresentam uma divisão mais equilibrada, com 33% se opondo a intervenções militares e 52% a favor.

Além das operações no território venezuelano, o levantamento também destacou a desaprovação pública em relação às ofensivas do Pentágono contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico oriental. Mais da metade dos participantes, equivalente a 53%, expressou desaprovação em relação a esses ataques que, desde setembro, resultaram na morte de pelo menos 95 pessoas em embarcações atingidas em águas internacionais.

A legislação americana exige que o Congresso aprove a declaração de guerra, mas uma ação recente para barrar um eventual ataque à Venezuela foi rejeitada. Espera-se que o presidente Donald Trump faça um anúncio sobre a situação na manhã de quinta-feira (18). Os EUA, que mantêm uma presença militar reforçada na região há quase quatro meses sob a justificativa de combate ao narcotráfico, têm sido acusados pelo governo venezuelano de usarem esse pretexto para tentar uma mudança de regime em Caracas.

Na última terça-feira, Trump impor um bloqueio total aos petroleiros que transportam petróleo sancionado, intensificando as pressões contra o presidente Nicolás Maduro. Esse movimento, junto com a possibilidade de ataques terrestres, tem sido objeto de questionamento tanto entre parlamentares democratas quanto republicanos, levantando preocupações sobre a real motivação das operações e sua legalidade em águas internacionais.

Com a pesquisa entrevistando 1.035 eleitores registrados entre 11 e 15 de dezembro, a margem de erro está estimada em 3,9 pontos percentuais, destacando o crescente ceticismo da população americana em relação a aventuras militares no exterior, especialmente em contextos onde vidas humanas estão em jogo.

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