O desinteresse pela guerra é palpável, especialmente entre os eleitores do Partido Democrata, onde impressionantes 89% se dizem contrários ao uso da força militar na Venezuela. Entre os independentes, a resistência é de 68%. Os republicanos apresentam uma divisão mais equilibrada, com 33% se opondo a intervenções militares e 52% a favor.
Além das operações no território venezuelano, o levantamento também destacou a desaprovação pública em relação às ofensivas do Pentágono contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico oriental. Mais da metade dos participantes, equivalente a 53%, expressou desaprovação em relação a esses ataques que, desde setembro, resultaram na morte de pelo menos 95 pessoas em embarcações atingidas em águas internacionais.
A legislação americana exige que o Congresso aprove a declaração de guerra, mas uma ação recente para barrar um eventual ataque à Venezuela foi rejeitada. Espera-se que o presidente Donald Trump faça um anúncio sobre a situação na manhã de quinta-feira (18). Os EUA, que mantêm uma presença militar reforçada na região há quase quatro meses sob a justificativa de combate ao narcotráfico, têm sido acusados pelo governo venezuelano de usarem esse pretexto para tentar uma mudança de regime em Caracas.
Na última terça-feira, Trump impor um bloqueio total aos petroleiros que transportam petróleo sancionado, intensificando as pressões contra o presidente Nicolás Maduro. Esse movimento, junto com a possibilidade de ataques terrestres, tem sido objeto de questionamento tanto entre parlamentares democratas quanto republicanos, levantando preocupações sobre a real motivação das operações e sua legalidade em águas internacionais.
Com a pesquisa entrevistando 1.035 eleitores registrados entre 11 e 15 de dezembro, a margem de erro está estimada em 3,9 pontos percentuais, destacando o crescente ceticismo da população americana em relação a aventuras militares no exterior, especialmente em contextos onde vidas humanas estão em jogo.










