Entre as infrações mais notificadas, a prática de boca de urna se destaca com 3.401 ocorrências. Esta atividade envolve a tentativa de influenciar a escolha dos eleitores nas proximidades das seções eleitorais, uma ação considerada irregular e vedada no dia das eleições. Além disso, outras manifestações indevidas foram amplamente observadas na esfera digital, com 626 denúncias de propaganda irregular na internet. Este dado ressalta a crescente importância e influência das redes sociais no panorama político atual, ao mesmo tempo em que aponta para a necessidade de um monitoramento contínuo desses espaços.
Propagandas veiculadas por meio de banners e cartazes também figuram entre as práticas denunciadas, com 230 registros. A distribuição de santinhos, uma estratégia visual tradicional das campanhas eleitorais, segue essa lista com 207 ocorrências. Já os adesivos, embora em menor número, contabilizaram 129 denúncias, enquanto outdoors, que possuem regras restritivas de uso durante o período eleitoral, foram identificados em 101 situações irregulares.
As regras eleitorais são claras: no dia das eleições, é vedado qualquer tipo de manifestação coletiva e ativa de apoio a candidatos ou partidos. Eleitores podem, no entanto, demonstrar suas preferências de maneira silenciosa e individual, como forma de alinhar o exercício democrático com o respeito às normas estabelecidas. O aplicativo Pardal desempenha assim um papel crucial ao permitir que cidadãos atuem como vigias do processo democrático, registrando infrações de propaganda eleitoral. Contudo, cabe destacar que o seu uso é voltado especificamente para esse tipo de denúncia, enquanto outras infrações são conduzidas por diferentes órgãos da Justiça Eleitoral.
O volume de denúncias registrado revela tanto o engajamento dos cidadãos na fiscalização quanto o desafio contínuo de assegurar que as campanhas eleitorais ocorram de acordo com os princípios de igualdade e legitimidade. Em tempos onde a informação circula de forma rápida e expansiva, a fiscalização eficiente e a conscientização da população sobre os seus direitos e deveres ganham uma relevância ainda maior para a saúde democrática do país.