Eleições Presidenciais na Venezuela Envoltas em Incerteza e Divergências nas Pesquisas de Boca de Urna

A votação nas eleições presidenciais na Venezuela foi encerrada às 19h (20h em Brasília) deste domingo, após um prolongamento de uma hora para compensar atrasos em algumas sessões eleitorais. Esta eleição é amplamente considerada histórica e carrega o potencial de colocar um ponto final em 25 anos de regime chavista. Os principais protagonistas da disputa são o presidente Nicolás Maduro, que busca seu terceiro mandato, e Edmundo González, diplomata e principal candidato da oposição. González entrou na corrida eleitoral substituindo a líder María Corina Machado, que foi impedida de concorrer pela Justiça, representando a coalizão Plataforma Unitária.

A campanha opositora divulgou que, até às 16h do horário local, mais de 11 milhões de eleitores, dos 21 milhões convocados, já haviam votado, representando cerca de 54% do eleitorado. Tanto Edmundo González quanto Nicolás Maduro usaram suas redes sociais para fazer um último apelo aos eleitores, incentivando-os a votar na última hora de votação. A baixa participação, abaixo dos 60%, é vista com preocupação, especialmente pela oposição, que teme uma apatia eleitoral. Em contraste, nas eleições de 2013, o comparecimento foi de aproximadamente 80%.

O clima de incerteza sobre o resultado prevalece, com pesquisas de boca de urna apontando vencedores diferentes, conforme relatórios das últimas horas. Notavelmente, os dados divulgados variam consideravelmente dependendo dos institutos eleitorais, revelando um cenário polarizado.

De acordo com o último boletim da Edison Research, divulgado às 18h, Edmundo González liderava com 65% das intenções de votos, contra 31% de Nicolás Maduro. Esta pesquisa foi realizada com 6.846 eleitores em 100 seções eleitorais.

Em contraste, ao meio-dia, a agência Hinterlaces informou que 61,5% dos eleitores tinham participado da votação até aquele momento e que Nicolás Maduro liderava com uma vantagem de quase 12 pontos percentuais, marcando 54,6% em comparação aos 42,8% de Edmundo González.

Um outro panorama foi apresentado pela Meganalisis, que questionou os resultados divulgados por Hinterlaces. Segundo este instituto de pesquisas, às 11 horas da manhã, apenas 41% dos eleitores haviam votado, e Edmundo González aparecia à frente com uma vantagem substancial de mais de 50 pontos, registrando 65,3% contra 13,1% de Nicolás Maduro.

O desenlace destas eleições presidenciais na Venezuela continua envolto em incerteza, com a forte polarização refletida nas divergentes pesquisas e análises de boca de urna. Este pleito é essencial para definir o futuro político do país, que poderá testemunhar ou a continuidade do atual regime ou uma ruptura significativa representada pela oposição. A ansiedade paira no ar enquanto todos aguardam os resultados oficiais que deverão lançar luz sobre o próximo capítulo da história venezuelana.

Sair da versão mobile