O que mais chamou a atenção nessas eleições foi o fato de que, em muitos desses municípios, as gestões eram altamente aprovadas pela população, com índices de satisfação que variavam entre 70% e 90%. Apesar disso, os candidatos apoiados pelos prefeitos não conseguiram captar a mesma força política nas urnas, apresentando resultados aquém das expectativas baseadas na popularidade dos gestores.
Um caso emblemático é o de Palmeira dos Índios, o quarto maior município de Alagoas, onde o prefeito Julio Cezar, que tinha uma gestão com expressiva aprovação, apoiou Julia Duarte como sua sucessora. No entanto, o apoio não foi suficiente para garantir uma vitória tranquila, com Julia obtendo 57,43% dos votos, um índice abaixo da popularidade da gestão de Julio Cezar, que frequentemente ultrapassava os 70%.
Além de Palmeira dos Índios, outros municípios passaram pela mesma situação de tentativa de transferência de popularidade, como Água Branca, Anadia, Colônia Leopoldina, entre outros. Em todos esses casos, gestores aprovados pela população enfrentaram desafios para garantir a eleição de seus indicados.
Um fator importante apontado por analistas políticos para essa falta de transferência de votos foi o papel do poder econômico e do uso de recursos financeiros para influenciar as eleições. A eleição de 2024 evidenciou que, apesar da aprovação popular das gestões, o dinheiro e a habilidade de comunicação são elementos decisivos. Em vários municípios, o apoio do atual gestor não foi suficiente para garantir o sucesso eleitoral dos candidatos indicados.
Esses resultados mostram que a política vai além de uma boa administração e exige uma sólida estratégia de comunicação e um uso inteligente dos recursos disponíveis para conquistar o eleitorado e garantir a continuidade do projeto. As eleições de 2024 em Alagoas revelaram que a transferência de votos não é automática e os eleitores buscam mais do que a continuidade, desejando confiança, identidade e um futuro claro em seus candidatos.