Eleições legislativas na França podem levar extrema direita ao poder pela primeira vez, mudando rumo do país e da União Europeia.

Neste domingo (30), os franceses estão indo às urnas para o primeiro turno das eleições legislativas antecipadas, que podem marcar a ascensão ao poder do partido de Marine Le Pen, de extrema-direita, pela primeira vez na história do país e mudar o rumo da França. Cerca de 50 milhões de eleitores estão convocados para participar deste importante pleito.

As assembleias de voto abriram suas portas na França metropolitana às 08h00, horário local, e já houve um aumento significativo na participação dos eleitores em comparação com eleições anteriores. Até o meio-dia, a participação estava em 25,9%, um dos níveis mais altos desde as legislativas de 1981, de acordo com informações do Ministério do Interior. As primeiras estimativas do resultado do primeiro turno serão divulgadas a partir das 20h00, com a expectativa de saber se o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN) sairá vitorioso e se conquistará a maioria absoluta.

A possível vitória da extrema-direita, liderada por Le Pen, seria inédita desde a libertação da França da ocupação nazista em 1945 e poderia ter sérias repercussões, não só a nível interno, mas também no contexto internacional. O presidente Emmanuel Macron, que antecipou as eleições devido à ascensão do RN nas eleições europeias, corre o risco de ter que compartilhar o poder com um governo de ideologia política oposta, reconfigurando o cenário político atual.

Os eleitores franceses terão que decidir entre propostas que envolvem questões como imigração, autoridade nas escolas e poder aquisitivo. O RN, que lidera as pesquisas de intenção de voto, propõe limitar a imigração, impor mais autoridade nas instituições de ensino e reduzir as contas de luz das famílias.

A incerteza paira sobre o resultado final das eleições, uma vez que o sistema eleitoral francês, com eleições em dois turnos de sistema majoritário, pode gerar resultados imprevisíveis. Candidatos de oposição ao RN já estão alertando sobre os riscos de uma vitória da extrema-direita, ressaltando as consequências para a sociedade francesa e para a democracia como um todo.

Em meio a manifestações e mobilizações contra a extrema-direita, o povo francês enfrenta um momento crucial em sua história política. O resultado do segundo turno, marcado para 7 de julho, poderá definir não apenas o futuro da França, mas também o impacto que essa escolha terá no restante da Europa e do mundo. A jornada eleitoral deste domingo é vista como um marco decisivo para o destino do país e para os rumos da democracia na região.

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