Em declarações à imprensa, o líder do Chega, André Ventura, manifestou sua satisfação com as projeções, indicando que uma maioria forte à direita poderá governar o país. Ventura se mostrou aberto a um convite para integrar o Gabinete liderado pelos social-democratas, embora até o momento não haja indicativos de que o Chega possa efetivamente participar do governo, dada a sua postura anti-imigração e xenofóbica.
O presidente do Partido Social-Democrata, Luís Montenegro, chegou a pedir aos eleitores do Chega que votassem em sua sigla, negando qualquer possibilidade de diálogo com Ventura. Montenegro destacou que compreendia as frustrações e indignações dos eleitores do partido radical, mas reafirmou sua posição contrária a qualquer aliança com a extrema-direita.
Analistas apontam a possibilidade de Montenegro liderar um governo de minoria, o que seria uma situação instável, mas não inédita na política portuguesa. O Partido Socialista, que atualmente detém a maioria, pode enfrentar uma derrota e ser relegado à oposição pela primeira vez desde 2015, segundo as projeções.
Após a confirmação dos resultados, está prevista uma conferência de líderes dos partidos, seguida de consultas com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa para a formação do novo governo. A posse do novo Gabinete e a apresentação do programa de governo devem ocorrer no início de abril, com a possibilidade de serem rejeitados pelo parlamento. A nova configuração política em Portugal promete trazer desafios e incertezas para o futuro do país.