No entanto, também existem preocupações. A mesma tecnologia que pode auxiliar na transparência das campanhas pode ser manipulada para comprometer a privacidade e ainda disseminar deep fakes, criando um ambiente arriscado no campo político. As redes sociais continuarão a ser um terreno fértil para a construção de narrativas, com influenciadores desempenhando papéis significativos como formadores de opinião. Isso pode ser benéfico ou prejudicial, dependendo da veracidade das informações disseminadas. As fake news permanecem como um desafio constante, moldando percepções e influenciando eleitores de diferentes camadas sociais.
Para Guto Araújo, renomado estrategista político, a atual dinâmica mostra que o discurso anti-establishment ressoa profundamente entre os eleitores. Araújo observa que a comunicação que propõe união não gera o mesmo engajamento que discursos que evocam medo e ressentimento, refletindo uma tendência de polarização crescente. Um marqueteiro político eficaz, conforme aponta Araújo, deve ser multifacetado, utilizando uma diversidade de ferramentas e conhecimento de áreas como psicologia e antropologia para criar mensagens diretas e impactantes.
Com uma carreira robusta desde 1998 e um histórico de campanhas vitoriosas, Araújo tem se tornando uma referência para candidatos e partidos, especialmente com a proximidade das eleições de 2026. Ele enfatiza a importância de um equilíbrio entre comunicação digital e tradicional. A televisão, mesmo diante do crescimento digital, continua a ser uma plataforma poderosa, especialmente para audiências mais velhas e em áreas com menor acesso à internet.
Influenciadores políticos ganharam destaque nas últimas eleições ao interagir diretamente com eleitores, mas também têm enfrentado os riscos de propagar desinformação. Araújo rememora o impacto das redes sociais nas eleições de 2018, quando o WhatsApp se tornou vital para a disseminação de informações.
O cenário para as próximas eleições é incerto, mas o especialista acredita que, após duas décadas de governo de esquerda e uma direita mais organizada, a narrativa antissistema deverá ser explorada novamente nas campanhas de 2026. No entanto, essa vez, será precedida pelo aprofundamento das estratégias digitais, um campo onde a direita se sente à vontade. Araújo conclui que o sucesso nas eleições exige um planejamento prévio e uma compreensão sofisticada das novas dinâmicas de comunicação, unindo as forças tradicionais e digitais em uma orquestra harmoniosa.