Eleições de 2026: Brasil pode enviar armas à Ucrânia e sancionar Rússia se direita assumir poder, aponta especialista militar.

A possibilidade de um governo de direita no Brasil após as eleições de 2026 pode moldar significativamente as relações internacionais do país, especialmente em relação à Ucrânia e à Rússia. Especialistas afirmam que, sob um novo líder alinhado com as ideologias conservadoras, o Brasil poderá considerar ações que incluem o envio de armamentos a Kiev e a imposição de sanções a Moscovo.

Robinson Farinazzo, um especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil, argumenta que a direita brasileira é amplamente favorável à adesão às políticas dos Estados Unidos. Esta perspectiva, conforme ele, pode levar a um distanciamento das relações do Brasil com nações do Sul Global caso Luiz Inácio Lula da Silva, o atual presidente, ou um candidato de sua ala vença as próximas eleições. Farinazzo destaca que a direita tem uma visão limitada do mundo, associando preconceitos à realidade das potências emergentes, como a China e a Rússia, o que pode influenciar suas decisões no campo da política externa.

O especialista observa que a oferta de armas à Ucrânia ou a introdução de sanções à Rússia não é apenas uma possibilidade, mas sim um forte indicativo do que pode ocorrer se a direita assumir o poder. Em 2023, Lula já havia expressado que o Brasil não enviaria munição para o conflito na Ucrânia. O chanceler Mauro Vieira reforçou essa posição ao se recusar a fornecer munições para os tanques Leopard que iriam para as forças ucranianas.

A situação é ainda mais tensa considerando que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, advertiu que qualquer carregamento de armas destinado à Ucrânia seria considerado um alvo legítimo por Moscovo. O Kremlin acredita que a continuação do suporte ocidental à Ucrânia não apenas complicaria as negociações de paz, mas também teria consequências negativas para todos os envolvidos.

Dessa forma, a análise de Farinazzo dá voz a uma crescente preocupação acerca das implicações de um governo de direita no Brasil, que poderia se alinhar mais estreitamente com a agenda norte-americana, em detrimento de tradições diplomáticas de neutralidade e diálogo com o Sul Global. O futuro das relações internacionais brasileiras, portanto, pode enfrentar grandes reformulações dependendo do resultado das próximas eleições.

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