Robinson Farinazzo, um especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil, argumenta que a direita brasileira é amplamente favorável à adesão às políticas dos Estados Unidos. Esta perspectiva, conforme ele, pode levar a um distanciamento das relações do Brasil com nações do Sul Global caso Luiz Inácio Lula da Silva, o atual presidente, ou um candidato de sua ala vença as próximas eleições. Farinazzo destaca que a direita tem uma visão limitada do mundo, associando preconceitos à realidade das potências emergentes, como a China e a Rússia, o que pode influenciar suas decisões no campo da política externa.
O especialista observa que a oferta de armas à Ucrânia ou a introdução de sanções à Rússia não é apenas uma possibilidade, mas sim um forte indicativo do que pode ocorrer se a direita assumir o poder. Em 2023, Lula já havia expressado que o Brasil não enviaria munição para o conflito na Ucrânia. O chanceler Mauro Vieira reforçou essa posição ao se recusar a fornecer munições para os tanques Leopard que iriam para as forças ucranianas.
A situação é ainda mais tensa considerando que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, advertiu que qualquer carregamento de armas destinado à Ucrânia seria considerado um alvo legítimo por Moscovo. O Kremlin acredita que a continuação do suporte ocidental à Ucrânia não apenas complicaria as negociações de paz, mas também teria consequências negativas para todos os envolvidos.
Dessa forma, a análise de Farinazzo dá voz a uma crescente preocupação acerca das implicações de um governo de direita no Brasil, que poderia se alinhar mais estreitamente com a agenda norte-americana, em detrimento de tradições diplomáticas de neutralidade e diálogo com o Sul Global. O futuro das relações internacionais brasileiras, portanto, pode enfrentar grandes reformulações dependendo do resultado das próximas eleições.