Comparativamente aos últimos 24 anos, os dados da CNM exibem um avanço considerável na participação feminina em eleições municipais. O número de candidatas dobrou desde o ano 2000, quando havia apenas 1.150 mulheres concorrendo às prefeituras, subindo para 2.311 em 2024. Na virada do milênio, oito em cada 100 candidaturas eram de mulheres; este índice aumentou para 15 candidatas em 2024.
Apesar do aumento no número de candidaturas femininas, a CNM destaca que os números ainda não refletem adequadamente o potencial de representatividade da mulher na política, especialmente considerando que a maioria da população brasileira é composta por mulheres. Tania Ziulkoski, fundadora e presidente do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), destaca o trabalho que a Confederação tem realizado para incentivar a participação de lideranças políticas femininas em todo o país.
“O MMM foi criado em 2017 para ressaltar a importância de aumentar a representatividade das mulheres nas decisões políticas. Sabemos do potencial delas e das dificuldades que enfrentam ao assumirem cargos públicos. Trabalhamos com ações de sensibilização e empoderamento. Embora os dados ainda estejam aquém do ideal, eles mostram um avanço, e continuaremos trabalhando para aumentar essa representatividade”, afirmou Ziulkoski.
O estudo também apresenta dados inéditos, destacando que 101 cidades terão candidaturas exclusivamente femininas pela primeira vez, com 24 desses municípios contando com candidatura única. Além disso, em 189 cidades, a quantidade de candidatas mulheres supera a de homens, e 18% das candidatas buscam a reeleição.
O perfil das candidatas revela uma média de idade de 49 anos, comparado aos 51 anos dos homens. Academicamente, 79% das mulheres concorrentes possuem ensino superior completo, em contraste com 55% dos homens. Além disso, 56% das candidatas são casadas, contra 69% dos homens, e 18% das mulheres buscam a reeleição, número ligeiramente inferior aos 20% entre candidatos homens.
A pesquisa aponta ainda que 62% dos candidatos de ambos os gêneros se declararam brancos. Entre as candidatas a prefeita, a maioria está concentrada em cinco partidos: MDB (13%), PT (11%), PSD (10%), PL (9%) e União (9%).
Esses dados sublinham tanto o progresso quanto os desafios persistentes na busca por uma maior representatividade feminina na política municipal brasileira.