O financiamento das campanhas chama ainda mais atenção ao revelar que a maior parte dos gastos já quitados, cerca de 87,61% (ou R$ 44 milhões), foi coberta pelo fundo eleitoral, popularmente conhecido como “fundão”. Comparando com 2020, este ano as eleições em Alagoas são consideradas menos custosas, apresentando uma redução de 9,4% nos valores totais contratados. No entanto, o peso do financiamento público nas despesas cresceu significativamente em relação à disputa anterior, quando o fundão bancou 69,19% dos custos.
Entre as várias categorias de despesas, a publicidade através de materiais impressos lidera, consumindo R$ 8,9 milhões. Talvez menos surpreendentes sejam os valores gastos em serviços prestados por terceiros, que somam R$ 8,1 milhões, seguidos por R$ 4 milhões utilizados em adesivos de campanha. Serviços contábeis e advocatícios também ocupam uma fatia significativa das despesas, totalizando R$ 3,5 milhões cada.
O planejamento financeiro para as eleições em Maceió, capital alagoana, segue em linha com o restante do estado, tendo contratado R$ 26,9 milhões em despesas, dos quais R$ 20,7 milhões já foram pagos. Nesse cenário, destaca-se a participação quase integral do fundo público, cobrindo 95,72% destas quantias. O Partido Liberal (PL) lidera o ranking dos maiores gastadores em Maceió, seguido pelo MDB e PP.
Os limites de gastos estabelecidos pelo TSE para as eleições refletem um controle rigoroso. Em Maceió, as campanhas para prefeito estavam restritas a até R$ 6,6 milhões no primeiro turno, enquanto para vereadores, o teto era de R$ 326 mil. A legislação assegura uma série de condições sobre como débitos de campanha e financiamento externo devem ser tratados, enfatizando a proibição do suporte financeiro oriundo de pessoas jurídicas e recursos de origem estrangeira ou não identificada.
Os novos regulamentos para doações incluem a obrigatoriedade de uso de contas bancárias específicas para a campanha e penas severas para aqueles que violarem o limite de gastos. Essas medidas visam promover a responsabilidade e a transparência no intricado e, frequentemente criticado, sistema de financiamento de campanhas eleitorais no Brasil. À medida que a data oficial de prestação de contas se aproxima, ficam à vista os desafios e as exigências legais que candidatos e partidos enfrentam nesse cenário político-eleitoral volátil.