O cenário que levou a essa decisão reflete a posição da FFLCH em relação aos eventos que eclodiram após o ataque do grupo Hamas a civis israelenses, que desencadeou uma série de confrontos e represálias brutais por parte das Forças de Segurança de Israel nas cidades palestinas de Gaza e na Cisjordânia. Essa escalada de violência tem sido alvo de duras críticas tanto da Organização das Nações Unidas (ONU) quanto de diversos países, incluindo o Brasil, que apontam a desproporcionalidade das forças envolvidas e o impacto devastador sobre a população civil. Milhares de palestinos perderam a vida e a infraestrutura básica do território, já fragilizada há décadas, sofreu ainda mais destruição.
Os representantes estudantis celebraram a decisão como um ato de coragem ética, alinhando-se a uma postura crítica em relação às violações de direitos humanos atribuídas ao Estado de Israel. Um dos líderes estudantis, João Conceição, destacou que essa ação representa uma vitória da ética sobre a inação, afirmando que as universidades públicas brasileiras não podem ser coniventes com a transformação do conhecimento em um instrumento bélico.
Importante notar que a USP não é a única instituição a adotar tal postura; outras universidades, como a Unicamp, a UFF e a UFC, já romperam seus próprios convênios com instituições israelenses, refletindo uma tendência crescente no setor educacional brasileiro. Com um convênio em vigor desde 2018, a FFLCH agora se prepara para recomendar ao Conselho Universitário da USP que o rompimento seja formalizado, abrindo espaço para um debate mais amplo sobre a responsabilidade social das universidades em contextos de crise e violência.
