Para o professor José Alves Neto, coordenador da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) e integrante do grupo de trabalho que formulou a proposta, esse é um momento histórico para a universidade. Dos 15 integrantes do grupo, sete são pessoas trans.
As vagas serão disponibilizadas no edital Enem-Unicamp, permitindo a participação tanto de candidatos de escolas públicas quanto privadas. Nos cursos com até 30 vagas, pelo menos uma vaga regular ou adicional será destinada para essa população, enquanto nos cursos com mais de 30 vagas, serão ofertadas no mínimo duas vagas.
O processo de seleção dos candidatos incluirá uma autodeclaração no momento da inscrição no vestibular, além de um relato de vida que será submetido a uma comissão de verificação. Após cinco anos da implementação dessas primeiras vagas, a Unicamp realizará uma análise sobre os resultados da política.
Segundo dados da Comvest, 279 candidatos se inscreveram utilizando o nome social no vestibular deste ano na Unicamp, sendo que 40 foram convocados. Os cursos mais procurados foram artes visuais, ciências biológicas e medicina. Atualmente, 13 universidades federais ou estaduais já adotam esse tipo de sistema de acesso à graduação.
Essa medida representa um avanço na inclusão e diversidade dentro da universidade, possibilitando oportunidades para uma parcela importante da sociedade que muitas vezes é marginalizada. A Unicamp se destaca como uma das instituições de ensino superior que busca promover a igualdade e o respeito à diversidade em sua comunidade acadêmica.