O professor Almeida possui uma rica trajetória na formulação de políticas públicas, tendo sido uma figura central na elaboração do Marco Civil da Internet, um marco legal brasileiro que visa proteger os direitos dos usuários e regulamentar o uso da internet no país. Durante sua atuação como secretário nacional de Políticas de Informática no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, ele testemunhou e participou da resposta institucional a um dos maiores escândalos de espionagem da moderna era digital, quando documentos secretos revelados por Edward Snowden mostraram a extensão da vigilância das comunicações nos Estados Unidos, que afetaram até mesmo o Brasil e instituições como a Petrobras.
Após sua significativa participação nas discussões internacionais que surgiram após o episódio, Almeida continuou sua carreira acadêmica, dedicando-se a pesquisas na UFMG e na Universidade de São Paulo. Recentemente, ele lançou o projeto “IA Responsável”, que investiga as diversas dimensões da IA, incluindo suas implicações técnicas, sociais, legais e institucionais.
Além de Almeida, outras personalidades foram reconhecidas com o prêmio, entre elas as pesquisadoras Claudia Roda e Susan Perry, que trabalham na Cátedra Unesco para Inteligência Artificial e Direitos Humanos, na American University of Paris. Elas discutem como as tecnologias digitais impactam a vida cotidiana e os novos desafios que emergem dessa relação.
O Instituto para Governança Internacional da Inteligência Artificial, ligado à Universidade de Tsinghua, na China, também foi laureado. Liderado pelo professor Xue Lan, o instituto se dedica desde 2020 à pesquisa de métodos que visam garantir uma IA responsável e inclusiva.
O prêmio leva o nome de Beruniy, uma homenagem ao renomado cientista uzbeque do século X, cuja vasta contribuição em diversas áreas do saber o consagrou como um dos grandes patronos da ciência e cultura no Uzbequistão. Esta premiação não apenas celebra a excelência em pesquisa científica, mas também reafirma o compromisso do país em promover sua cultura e fortalecer suas relações internacionais na era digital.
