O levantamento, intitulado Perfil dos(as) diretores(as) e desafios da gestão escolar nas redes estaduais de educação no Brasil, foi elaborado a pedido do Instituto Unibanco e combina dados do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Segundo especialistas, a forma de acesso ao cargo de direção e a origem dos profissionais têm impactos importantes na rotina escolar. Para Duda Quiroga, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a realização de eleições diretas para a escolha de diretores é uma forma de exercício da democracia e de construção de um projeto político-pedagógico mais alinhado com a comunidade escolar.
A pesquisa também revelou detalhes sobre o perfil dos diretores das escolas estaduais, destacando a predominância de profissionais brancos (50,6%) e mulheres (66,5%). Em relação à formação, houve um aumento no percentual de diretores formados em áreas diversas da educação (55,2% em 2023), em comparação com os formados em pedagogia (38%).
Além disso, a pesquisa analisou os desafios enfrentados pelos diretores no exercício de suas funções, como a carga de trabalho semanal, a gestão de recursos financeiros e a coordenação do planejamento pedagógico. A sobrecarga de trabalho, principalmente em decorrência da pandemia de Covid-19, tem sido uma questão preocupante, com mais de 60% dos diretores relatando jornadas acima de 40 horas semanais.
Diante dos desafios enfrentados pelos diretores de escolas estaduais, o estudo ressalta a importância de investir na formação e capacitação desses profissionais, a fim de garantir uma gestão escolar mais eficiente e de qualidade. A pesquisa representa uma importante ferramenta para compreender e melhorar o funcionamento do ambiente escolar, ressaltando a relevância do papel desempenhado pelos diretores na promoção de uma educação de excelência.