EDUCAÇÃO – Prefeitura de São Paulo afasta 25 diretores de escolas e incentiva requalificação após desempenho ruim no Ideb e Idep, gerando polêmica e críticas de sindicatos.



A Prefeitura de São Paulo decidiu afastar 25 diretores de escolas municipais que apresentaram desempenho insatisfatório em 2023, segundo os indicadores do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e do Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana (Idep). Os diretores afastados integravam unidades que, ao longo dos últimos anos, foram classificadas como prioritárias devido ao seu histórico de baixo desempenho. Para tais profissionais, a gestão municipal anunciou a implementação de um programa de “requalificação intensiva”, com duração que se estenderá de maio a dezembro deste ano.

A administração municipal enfatizou que essa capacitação é inédita e incluirá experiências em outras instituições de ensino, tendo como objetivo final a melhoria na gestão pedagógica, visando aprimorar a aprendizagem dos estudantes. Além disso, foi informado que as unidades afetadas contarão com o apoio de um novo profissional na equipe gestora, enquanto a remuneração dos diretores afastados permanecerá inalterada.

Entretanto, a decisão provocou reações acaloradas no meio político. O vereador Celso Giannazi, do PSOL, comentou sobre a medida, sugerindo que a iniciativa do prefeito Ricardo Nunes se assemelha a uma intervenção drástica nas escolas, evocando paralelos com períodos de repressão. Em sua fala na Câmara Municipal, Giannazi expressou preocupações sobre o real caráter da ação, que poderia ser interpretada tanto como uma punição quanto como uma perseguição, destacando a agressividade com que a administração está lidando com a situação.

Os sindicatos de educação se manifestaram de forma unificada contra a decisão. O Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal (Sinesp), o Sindicato dos Trabalhadores na Educação Infantil (Sedin) e o Sindicato dos Profissionais de Educação (Sinpeem) criticaram o que consideraram uma intervenção autoritária, prometendo lutar juridicamente e politicamente contra essa e outras medidas que, segundo eles, ameaçam a integridade das escolas públicas e os direitos dos educadores.

Além disso, o trio de sindicatos também contestou a recente legislação que autorizou o afastamento de diretores, classificando-a como aprovada em condições duvidosas e com dispositivos que punem professores em licenças e que conferem poderes excessivos ao governo. Os sindicatos reiteraram a importância de defender uma educação pública democrática e os direitos de seus profissionais, prometendo mobilizações e ações para garantir essas garantias fundamentais.

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