As investigações revelaram que o grupo criminal tinha planos elaborados para manipular os resultados do exame. A PF informou que cada candidato envolvido na fraude deveria pagar a quantia de R$ 140 mil aos operadores do esquema, caso fosse aprovado na residência médica, um curso de especialização destinado a médicos formados.
O plano de fraude contava com duas frentes principais. A primeira consistiria na transferência de respostas corretas aos candidatos por meio de dispositivos eletrônicos, enquanto a segunda envolveria a utilização de “laranjas” — pessoas que se passariam pelos candidatos legítimos, utilizando documentos falsos para realizar o exame em seu lugar.
Durante a operação, foram feitas cinco prisões em flagrante de candidatos que participavam da fraude, incluindo quatro homens e uma mulher. As autoridades apreenderam equipamentos que seriam utilizados para a transmissão de dados durante a prova. Além disso, mandados de busca e apreensão foram executados em domicílios e locais estratégicos, incluindo um hotel em Juiz de Fora (MG), onde três homens foram detidos sob suspeita de serem os responsáveis pela transmissão das respostas.
Os detidos foram levados à delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, onde prestaram depoimento, e posteriormente foram encaminhados ao sistema prisional, à disposição da Justiça. Os equipamentos apreendidos passarão por perícia federal, e os acusados enfrentam sérios crimes, que incluem fraude em certames públicos, associação criminosa e falsidade ideológica.
A relevância do Enamed se amplifica com a nova possibilidade de que os resultados possam ser utilizados para a seleção em programas de residência médica, por meio do Exame Nacional de Residência (Enare). Essa mudança promete não apenas avaliar a capacidade dos futuros médicos, mas também orientar políticas públicas relacionadas à formação na área. O episódio ressalta a imensa importância de manter a integridade nos processos de avaliação e ingresso na formação médica, um campo essencial para a saúde da população.