O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a necessidade de ações para fortalecer a permanência dos jovens no ensino médio durante sua participação na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Curitiba. Santana ressaltou que muitos jovens abandonam os estudos nesta fase, pois precisam trabalhar e não têm apoio financeiro para se manter na escola. Ele mencionou que o governo federal está trabalhando para planejar medidas e garantir recursos no orçamento.
Dados de pesquisas apresentados pelo ministro revelam que apenas 64% dos jovens que entram no ensino fundamental conseguem concluir o ensino médio. Santana destacou a importância de garantir que nenhum jovem seja deixado para trás.
Durante a reunião, também ocorreram protestos contra o Novo Ensino Médio. O ministro lembrou que o governo federal está realizando uma consulta pública sobre o tema e enfatizou a necessidade de responsabilidade pactuada para construir uma política educacional. Ele ressaltou que é preciso planejamento e trabalho para promover melhorias na educação.
No evento, Santana apresentou um balanço das políticas educacionais do país e destacou três pontos considerados prioritários na Política Nacional de Educação: melhoria da alfabetização, expansão do ensino em tempo integral e conectividade nas escolas.
O ministro ressaltou a preocupação com os índices de alfabetização no país. De acordo com a pesquisa Alfabetiza Brasil, mais da metade das crianças não está alfabetizada no fim do 2º ano. Para reverter essa situação, o MEC tem implementado o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, uma nova política de alfabetização que já foi aderida por 100% dos estados e 91% dos municípios.
Santana também destacou a nova lei que retoma a política nacional de educação em tempo integral, que será sancionada na próxima segunda-feira (31). A lei permitirá o apoio técnico e financeiro do MEC para ampliação do ensino em tempo integral nas escolas, desde a creche até o ensino médio.
Outro ponto destacado foi a importância de garantir a conectividade nas escolas públicas do país. O ministro ressaltou que o governo federal pretende garantir que todas as escolas estejam conectadas à banda larga, com acesso à internet de qualidade, por meio dos leilões do 5G. Atualmente, cerca de 40,1 mil escolas não têm acesso adequado à banda larga fixa e 4,1 milhões de alunos não têm acesso à internet de qualidade.
O ministro concluiu reforçando a necessidade de cumprir as metas previstas no Plano Nacional de Educação, que estabelece que até 2024, 25% das matrículas no ensino básico sejam em tempo integral e que 50% das escolas disponibilizem essa modalidade. Atualmente, apenas 25% das matrículas são em tempo integral e 22,4% das escolas oferecem essa opção de ensino.
