Segundo o ministro, essa alteração se faz necessária devido à importância da formação dos professores para a educação. O Enade tem como objetivo construir e aperfeiçoar políticas públicas educacionais e também auxiliar as instituições de ensino superior a melhorarem seus processos pedagógicos.
No ciclo de avaliações do Enade, que dura três anos, cerca de 90 cursos são analisados. Em 2022, foram avaliados cursos de 26 áreas diferentes, incluindo administração, direito, jornalismo, psicologia, turismo, entre outros. Ao todo, mais de meio milhão de estudantes de 1.448 municípios das 27 unidades da Federação se inscreveram no exame.
Os resultados do Enade revelaram que quase metade das matrículas dos cursos em 2022 foram realizadas na modalidade de educação à distância (EAD). Desses estudantes, 40% concluíram os cursos e realizaram as provas do exame. As instituições privadas correspondem a 86% das avaliadas, enquanto as públicas somam 14%. Os cursos de direito foram os que tiveram maior número de inscritos, seguidos pelos cursos de administração. Já em relação à taxa de conclusão dos cursos avaliados, os bacharelados variaram de 11% a 16%, enquanto os tecnológicos variaram de 23% a 30%.
O conceito Enade varia de 1 a 5 e apenas 5,5% dos cursos superiores do país obtiveram a nota máxima. Além disso, foi observada uma concentração de cursos na modalidade EAD com conceitos 2 e 3 nas áreas de ciências econômicas e relações internacionais. As universidades públicas obtiveram as maiores notas, enquanto as privadas dominaram os conceitos 2 e 3.
Os estudantes que realizaram o Enade responderam ao Questionário do Estudante, que permite traçar seu perfil socioeconômico. Os resultados mostram uma predominância de mulheres, indivíduos brancos, solteiros, com pais sem graduação, com renda familiar entre 1,5 e 4,5 salários mínimos e que trabalham 40 horas por semana ou mais. Na educação presencial, a maioria dos concluintes é jovem, com até 24 anos, enquanto na modalidade EAD, a faixa etária predominante é dos 31 aos 40 anos. Cerca de 31,6% dos concluintes são beneficiados por subsídios ou financiamentos públicos como o Fies e o Prouni.
O ministro Camilo Santana ressaltou a importância das instituições públicas federais e das públicas em geral, que obtiveram maior qualidade de ensino nos cursos avaliados. No entanto, ele mostrou preocupação com as vagas ociosas e com o baixo percentual de concluintes e alto percentual de abandono dos cursos.
Com a avaliação anual das licenciaturas pelo Enade, espera-se um acompanhamento mais próximo e eficiente da formação dos futuros professores, contribuindo para a melhoria da educação no país.