Durante o evento de lançamento, o ministro da Educação, Camilo Santana, enfatizou a importância da educação em tempo integral como uma estratégia para fortalecer a formação dos alunos. Ele propôs que a ampliação desse modelo educacional não só enriqueceria a experiência escolar, mas também poderia contribuir para a redução da violência e da evasão escolar. “Quando os alunos passam o dia na escola, conseguimos trabalhar seu projeto de vida de maneira mais ampla, englobando cultura, esportes e outras atividades essenciais”, afirmou.
Ao assinar a portaria interministerial que regulamenta a implementação dessa ação, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que arte e cultura estão intrinsecamente ligadas à educação, reforçando a necessidade de investimentos nessas áreas como formas de garantir um futuro mais justo e igualitário para a nação. “Vamos trabalhar com paixão para que o direito à arte e à cultura se torne uma realidade para todos os brasileiros”, declarou.
A reitora da Universidade de Brasília, Rozana Reigota Naves, também participou do evento e ressaltou o papel da cultura e da arte na reafirmação da soberania e da cidadania, enfatizando suas funções como expressões significativas da diversidade cultural do país.
Camilo Santana anunciou que em breve o MEC e o MinC lançarão um edital para convidar as secretarias estaduais de educação e cultura a se inscreverem voluntariamente e receberem financiamento federal para projetos artísticos e culturais nas escolas. “Cada comunidade escolar terá a liberdade de definir o que deseja integrar ao seu currículo, seja em arte, esportes ou tecnologia”, explicou o ministro.
A estrutura de ensino em tempo integral será composta por uma jornada mínima de sete horas diárias. Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica do MEC, complementou que a ampliação das matrículas deve ser acompanhada de iniciativas que promovam o desenvolvimento integral dos alunos, destacando a importância de incluir arte e cultura nesse tempo extra.
Nesse cenário, o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piuba, alertou sobre a falta de investimentos históricos em programas que fomentem repertórios artísticos nas escolas. Ele criticou a abordagem educacional que limita a formação dos alunos a um aprendizado meramente funcional, destacando que isso não garante uma formação crítica e cidadã. “É fundamental que nossas escolas ofereçam uma experiência rica, que promova a criatividade e o pensamento crítico”, concluiu.
Essa iniciativa representa um passo significativo em direção a uma educação mais holística e integrada no Brasil, buscando não apenas melhorar a qualidade do ensino, mas também enriquecer a formação cultural e cidadã dos jovens.