Na quarta-feira (22), o ministério comunicou às entidades que as negociações com os professores das universidades e institutos federais estavam encerradas. O objetivo da reunião marcada para a próxima segunda-feira (27) seria a assinatura de um termo de acordo, sem margem para novas propostas.
O presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Gustavo Seferian, expressou descontentamento com a postura do governo em encerrar unilateralmente as negociações, classificando-a como intransigente. Segundo Seferian, a greve continua forte, com assembleias indicando a continuidade da paralisação em 59 universidades e mais de 560 colégios federais.
A proposta de aumento de 13,3% a 31% para os professores de universidades e colégios federais até 2026, apresentada pelo governo em maio, não contempla reajustes para este ano, o que tem gerado críticas por parte da categoria. O desbloqueio de R$ 2,9 bilhões no orçamento anunciado pelo governo foi apontado como uma fonte de recursos possível para suprir as demandas salariais acumuladas nos últimos anos.
O comando de greve ressaltou a importância de mais investimentos nas instituições federais de ensino superior, em resposta ao sucateamento sofrido nos governos anteriores. Líderes do movimento indicaram que o recurso desbloqueado pode ser utilizado para recompor as perdas salariais e melhorar as condições de trabalho nas instituições.
A coordenadora-geral do Sinasefe, Artemis Martins, expressou a expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intervenha para destravar as negociações, destacando a importância do investimento em educação para o desenvolvimento do país. As negociações com o pessoal técnico-administrativo ainda estão em andamento, com a expectativa de nova rodada de conversas em junho.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos afirmou que as propostas apresentadas nas últimas negociações são finais, com ganhos acumulados de 28% a 43% ao longo de quatro anos, considerando o reajuste de 9% concedido em 2023. O ministério destacou que todos os servidores receberão um auxílio-alimentação de R$ 1 mil este ano, um aumento considerável em relação ao governo anterior.